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Mercado Livre (MELI): ação chega a superar 20% de alta após lucro crescer 80% no 2º trim.

Receita com operações de crédito triplica no Brasil e impulsiona resultado; na Argentina, faturamento do Mercado Pago supera divisão de e-commerce

Centro de Distribuição do Mercado Livre (Leandro Fonseca/Exame)

Centro de Distribuição do Mercado Livre (Leandro Fonseca/Exame)

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Guilherme Guilherme

Publicado em 4 de agosto de 2022 às 12h19.

Última atualização em 4 de agosto de 2022 às 13h56.

As ações do Mercado Livre (MELI) disparam nesta quinta-feira, 4, na Nasdaq, com investidores reagindo positivamente aos números do segundo trimestre divulgados na noite passada. Os papéis chegaram a subir 21% na máxima desta quinta ao serem negociados a US$ 1.082,46.

O lucro do Mercado Livre ficou em US$ 123 milhões, 80,9% acima do mesmo período do ano passado. A disparidade entre o lucro do primeiro semestre deste ano e do ano passado foi ainda maior, de US$ 188 milhões ante US$ 34 milhões.

No segundo trimestre, a receita líquida subiu 57% na comparação anual US$ 2,6 bilhões. A receita da companhia no Brasil cresceu 52,6% em moeda local, 62,30% na Argentina e 65% no México.

O volume bruto de mercadorias (GMV) comercializados na plataforma foi de US$ 8,6 bilhões, 26% acima do mesmo período do ano passado em base de câmbio neutra. Foram 275,2 milhões de itens vendidos, 12% mais que no segundo trimestre de 2021. A margem operacional da companhia se manteve próxima da estabilidade frente ao trimestre anterior, em 9,6% contra 9,8%.

Mercado Pago: o 'Super Trunfo' do Mercado Livre

Mas foi na carteira de crédito do Mercado Livre onde houve o maior crescimento, de 232% para US$ 2,7 bilhões. A expansão trimestral, no entanto, desacelerou de 42,5% para 11,3%. O Mercado Pago, fintech do Mercado Livre, correspondeu a 46% da receita líquida total.

No Brasil, principal mercado da companhia, a empresa encerrou o trimestre com receita líquida de US$ 1,451 bilhão, sendo 48% com as operações do Mercado Pago e 52% com a parte de comércio.

O maior crescimento dentro das operações do Mercado Livre no país foi na receita de crédito, que mais que triplicou nano ano contra ano, de US$ 97 milhões para US$ 307 milhões. A receita em na frente brasileira foi de 20,5% para US$ 752 milhões.

Na Argentina, a lógica da receita já é a oposta, com a fintech já corresponde pela maior parte do faturamento (54,5%). Por lá, a receita com crédito quase quadruplicou, de US$ 33 milhões para US$ 120 milhões. Já a receita com serviços financeiros subiu de US$ 121 milhões para US$ 202 milhões no país.

"Os pagamentos QR estão crescendo significativamente na Argentina e no Brasil, um sinal positivo de que o uso de carteiras aumentou a adoção", disse o Mercado Livre em balanço. 

O balanço recebeu elogios do mercado. "No geral, os resultados foram muito fortes e esperamos que a empresa supere seus pares no espaço online brasileiro no segundo trimestre", afirmou o Itaú BBA em relatório. 

Os analistas, porém, colocaram as operações da empresa na Argentina como um ponto de atenção, dado o cenário da economia local. "É importante ter em mente que uma parcela relevante da receita operacional vem da Argentina e o câmbio oficial não reflete necessariamente o verdadeiro poder de compra da moeda." A receita líquida do Mercado Livre na Argentina foi de US$ 594 milhões, 23% da total.

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