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Mercado global de petróleo deve enfrentar superávit recorde em 2026, diz IEA

Agência prevê superávit recorde no mercado global de petróleo, com estoques no maior nível em quase quatro anos

Petróleo: projeção indica que os estoques globais devem aumentar 2,96 milhões de barris por dia no próximo ano (Mekdet/Getty Images)

Petróleo: projeção indica que os estoques globais devem aumentar 2,96 milhões de barris por dia no próximo ano (Mekdet/Getty Images)

Publicado em 13 de agosto de 2025 às 07h08.

O mercado global de petróleo pode enfrentar um superávit recorde em 2026, diante do crescimento mais lento da demanda e da expansão da oferta, segundo relatório mensal da Agência Internacional de Energia (IEA, na sigla em inglês) divulgado nesta quarta-feira, 13.

A projeção indica que os estoques globais devem aumentar, em média, 2,96 milhões de barris por dia no próximo ano, ritmo superior ao registrado em 2020, durante a pandemia. O crescimento da demanda neste ano e em 2026 deve ser menos da metade do observado em 2023.

Oferta em alta e demanda fraca

De acordo com a IEA, a oferta global segue em forte expansão. A Opep+, liderada pela Arábia Saudita, acelerou a retomada de produção interrompida, enquanto a produção fora do grupo também deve crescer, com destaque para as Américas.

A previsão para a oferta de países fora da Opep+ em 2026 foi revisada para cima em 100 mil bpd, para 1 milhão de barris por dia, impulsionado por Estados Unidos, Guiana, Canadá e Brasil.

“O balanço do mercado de petróleo está cada vez mais inchado, com a oferta prevista superando amplamente a demanda no fim do ano e em 2026. É claro que algo terá que mudar para que o mercado se equilibre”, afirmou a agência internacional, de acordo com reportagem da Bloomberg.

O consumo mundial deve crescer apenas 680 mil barris por dia em 2025, o menor avanço desde 2019, com demanda fraca em China, Índia e Brasil. Para 2026, a expansão esperada é de 700 mil barris por dia.

A IEA mantém a projeção de que a demanda global de petróleo deixará de crescer até o fim desta década, com a transição para veículos elétricos e outras fontes de energia.

Pressão sobre preços

Os preços do barril em Londres acumulam queda de cerca de 12% em 2025, negociados próximos de US$ 66, pressionados pelo aumento da oferta e por temores de que a guerra comercial conduzida pelo presidente dos EUA, Donald Trump, prejudique o crescimento econômico.

A agência destacou que, apesar do apoio temporário ao mercado pelo aumento sazonal da demanda por transporte no verão do Hemisfério Norte, os dados já apontam para excesso de oferta. Em junho, os estoques globais atingiram o maior nível em 46 meses.

A IEA ponderou que novas sanções internacionais contra Rússia ou Irã poderiam alterar o cenário.

No lado da oferta, a Arábia Saudita lidera a recomposição da produção interrompida, com aumento adicional previsto para setembro, completando a retomada de 2,2 milhões de barris por dia. Já os Emirados Árabes Unidos elevaram a produção para 3,5 milhões de barris diários em julho, novo recorde e acima de sua cota no grupo.

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