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Mercado em modo de euforia? S&P 500 pode subir 60% até 2030, diz veterano de Wall Street

Ed Yardeni vê sinais de uma bolha especulativa se formando com o rali das bolsas, mas projeta valorização sustentada com base na força da economia dos EUA

Publicado em 1 de julho de 2025 às 07h14.

Após um primeiro semestre marcado por volatilidade e temores de recessão, as bolsas americanas voltaram a renovar recordes. Para o veterano de mercado Ed Yardeni, esse movimento marca o retorno do que ele chama de "melt-up", uma fase de alta acelerada e especulativa, puxada pelo otimismo dos investidores e pelo receio de ficar de fora da valorização.

Presidente da Yardeni Research, o estrategista acredita que o atual ciclo de alta começou em 2024, com semelhanças ao rali dos anos 1990 que antecedeu a "bolha das pontocom". Para ele, o avanço recente do S&P 500, que voltou a bater máximas históricas, é mais um sinal de que uma bolha pode estar se formando no mercado acionário americano.

Apesar do alerta, Yardeni mantém uma visão otimista. Em entrevista à CNBC, ele afirmou que projeta o S&P 500 chegando a 6.500 pontos até o fim de 2025, o que representa uma alta de cerca de 5% em relação aos níveis atuais. Até 2030, sua estimativa é ainda mais ambiciosa: 10.000 pontos, uma valorização de 60% em relação aos preços de hoje.

Segundo ele, esse ciclo de alta ainda se mostra saudável, com potencial para entregar retornos similares aos melhores ciclos de valorização desde os anos 1960.

Parte dessa força, diz o analista, vem da resiliência da economia americana. Apesar de alguns dados mais fracos, como os de vendas no varejo, ele avalia que isso reflete apenas incertezas pontuais, ligadas principalmente à política tarifária dos Estados Unidos.

A alta recente foi impulsionada por dois fatores principais: o anúncio de um acordo comercial entre EUA e China e a decisão do Canadá de cancelar o imposto digital que travava negociações com Washington. Com isso, o S&P 500 e o Nasdaq atingiram novos recordes.

Yardeni acredita que as pendências comerciais devem ser resolvidas até o fim do verão no Hemisfério Norte. Na avaliação dele, a combinação de uma economia sólida com uma bolsa forte sustenta o otimismo com o desempenho das ações nos próximos anos.

Desde que o presidente Donald Trump pausou as tarifas em abril e passou a negociar acordos com os principais parceiros comerciais dos EUA, analistas de Wall Street passaram a revisar para cima suas projeções para o mercado.

Ainda assim, Yardeni alerta que, se o rali atual se estender demais, o risco de uma bolha como a dos anos 1990 aumenta. Por isso, ele recomenda atenção aos sinais de exagero e preparação para eventuais correções no médio prazo.

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