Redator na Exame
Publicado em 15 de janeiro de 2025 às 06h15.
Última atualização em 15 de janeiro de 2025 às 06h26.
Wall Street acredita que o Federal Reserve (Fed) não deve reduzir a taxa de juros básica dos Estados Unidos neste ano,[/grifar] com base nos recentes dados que surpreenderam positivamente o mercado.
Na última sexta-feira, 10, foram divulgados números robustos sobre o emprego no país. Em dezembro, o mercado de trabalho americano adicionou 256 mil novos postos, superando com folga a previsão de 155 mil, e a taxa de desemprego caiu de 4,2% para 4,1%, contrariando a expectativa de estabilidade.
Essa demonstração de força econômica levou analistas e grandes bancos a reforçarem que o cenário atual não demanda estímulos adicionais. "A economia americana está a 'todo vapor'", destacou o Business Insider, ao repercutir a percepção dos principais players do mercado.
Os estrategistas do Bank of America (BAC) foram enfáticos: “O ciclo de cortes acabou”. Eles lembraram ainda que a inflação segue acima da meta, com riscos de alta, o que pode afastar ainda mais a possibilidade de uma flexibilização monetária.
O BNP Paribas, um dos maiores bancos europeus, reafirmou que não espera cortes em 2025. Segundo os estrategistas da instituição, "o crescimento econômico superou as expectativas, e o Federal Reserve (Fed) adotou uma postura mais rígida. Como resultado, nossa posição de manutenção das taxas agora é consenso no mercado."
O Deutsche Bank também reforçou essa visão. Em nota, o banco projetou que as taxas de juros permanecerão inalteradas, com previsão de 4,3% para 2025, enquanto o patamar atual está entre 4,25% e 4,5%. “Nossa linha de base é que o Fed manterá as taxas congeladas neste ano”, apontaram os analistas.
Ainda assim, nem todos os investidores estão tão convencidos. De acordo com a ferramenta da CME, que monitora as probabilidades de mudanças na política monetária do Fed, apenas 30% dos participantes acreditam na manutenção das taxas no nível atual, enquanto 41% enxergam a possibilidade de ao menos um corte de 25 pontos-base até o fim do ano.
O cenário, portanto, segue polarizado entre uma economia aquecida e a expectativa de controle da inflação, enquanto o mercado se ajusta aos novos sinais do Federal Reserve.