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Mercado de renda fixa vê fim mais próximo para aumentos na Selic

Com o desaquecimento da economia, os investidores reduziram suas estimativas de inflação para o menor nível em nove meses

Segundo economista, a desaceleração da inflação está dando ao BC espaço para “fechar o ciclo” após a reunião do Copom em julho

Segundo economista, a desaceleração da inflação está dando ao BC espaço para “fechar o ciclo” após a reunião do Copom em julho

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Da Redação

Publicado em 8 de junho de 2011 às 09h44.

Nova York - Os investidores de renda fixa reduziram suas estimativas de inflação para o menor nível em nove meses, reforçando especulações de que o Banco Central está próximo de encerrar o ciclo de aumento de juros.

A diferença entre o rendimento dos títulos atrelados à inflação e o dos prefixados com vencimento em dois anos, que funciona como uma medida das expectativas para a alta dos preços ao consumidor, encolheu 36 pontos-base, ou 0,36 ponto percentual, nos últimos 30 dias para 5,7 pontos percentuais, a menor desde 9 de setembro, de acordo com dados compilados pela Bloomberg. No Chile, a chamada taxa implícita de inflação caiu 22 pontos-base no mesmo período, para 3,44 pontos percentuais.

Os sinais cada vez maiores de desaquecimento da expansão econômica mundial puxam para baixo os preços das commodities, ajudando a aliviar a inflação nos países em desenvolvimento. No mês passado, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo teve a menor alta desde setembro. O presidente do BC, Alexandre Tombini, pode interromper as altas na taxa básica Selic já em agosto, após aumentos de 25 pontos-base hoje e em junho, segundo mostram negociações com contratos de Depósito Interfinanceiro.

Tombini “deve sinalizar que o ajuste está chegando ao final”, disse André Loes, economista-chefe para América Latina do HSBC Holdings Plc, em entrevista por telefone de São Paulo. A desaceleração da inflação está dando ao BC espaço para “fechar o ciclo” após a reunião do Comitê de Política Monetária em julho, disse ele.

Palocci

O Copom subiu a taxa básica de juros três vezes este ano, após três acréscimos em 2010, levando a Selci de uma mínima histórica de 8,75 por cento para 12 por cento. O BC também aumentou o depósito compulsório dos bancos em dezembro para segurar a inflação, enquanto a Presidente Dilma Rousseff determinou um corte de R$ 50,7 bilhões nos gastos públicos.

Antonio Palocci, que ajudou a definir o ajuste fiscal, renunciou ontem ao cargo de ministro-chefe da Casa Civil, dizendo que o “embate político” relacionado às acusações de enriquecimento irregular poderia prejudicar seu desempenho. A senadora Gleisi Hoffmann, esposa do ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, substituirá Palocci.


Cinquenta dos 51 economistas sondados pela Bloomberg preveem um aumento da Selic hoje para 12,25 por cento. O BC anuncia a nova meta para a taxa Selic após o fechamento dos mercados.

O rendimento nas Notas do Tesouro Nacional série F -- que são prefixadas -- com vencimento em janeiro de 2013 recuou cinco pontos-base nos últimos 30 dias para 12,6 por cento, segundo dados compilados pela Bloomberg. Já as NTN-B -- atreladas à inflação -- que vencem em maio de 2013 desabaram, com um salto de 31 pontos-base no rendimento para 6,93 por cento.

Desaquecimento mundial

A taxa implícita de inflação também caiu nos Estados Unidos, em meio a sinais de que o crescimento global está perdendo fôlego. A taxa americana de dois anos baixou 52 pontos- base no último mês para 1,76 ponto percentual, diante do menor aumento em oito meses no número de novas vagas no mercado de trabalho em maio.

“A desaceleração global ajuda”, disse Marcelo Salomon, chefe de pesquisa para América Latina do Banco BNP Paribas Brasil, em entrevista por telefone de Nova York.

O IPCA avançou 0,47 por cento em maio, abaixo do salto de 0,77 por cento em abril. A inflação em 12 meses chegou a 6,55 por cento, a mais alta desde 2005 e também superior à faixa da meta do governo, que vai de 2,5 por cento a 6,5 por cento.

Economistas diminuíram suas previsões de inflação desde que o Copom prometeu na ata da reunião de abril elevar os juros por período “suficientemente prolongado”. O IPCA anual vai recuar para 6,22 por cento até o fim do ano, de acordo com a estimativa mediana de economistas numa pesquisa do BC datada de 3 de junho. Em 29 de abril, eles projetavam alta de 6,37 por cento.

“Em termos de expectativas, minha impressão é que o pior ficou para trás”, disse Gray Newman, economista-chefe para América Latina do Morgan Stanley, em entrevista por telefone de Nova York.

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