São Paulo – A penúltima semana de novembro trouxe mais um revés para a bolsa brasileira. O Ibovespa foi influenciado pela intensificação dos problemas em torno da situação fiscal dos países europeus e de pregões esvaziados por conta do feriado de Ação de Graças nos EUA. “A semana foi marcada por sessões de elevada volatilidade, oscilando ao sabor da maior aversão ao risco por parte dos investidores, principalmente, com os problemas na Europa e nos EUA”, explica Marco Melo, chefe de análise e pesquisa da Ágora Corretora.
Com isso, o índice encerrou a semana com desvalorização de 3,77%, aos 68.226 pontos. O dólar ganhou 0,47% em relação ao real no mesmo período, encerrando a sexta-feira negociado a 1,727 real. Para a próxima semana, o mercado deverá se voltar nas próximas sessões ao esperado Relatório de Emprego americano. O indicador traça um panorama completo da situação do mercado de trabalho no país e será conhecido na sexta-feira (3), às 11h, horário de Brasília.
Perspectivas
A expectativa de consenso, segundo o portal Briefing.com, é de criação de 130 mil vagas no mês de novembro. Em outubro, o indicador marcou 151 mil novos postos de trabalho. “Os agentes mantiveram a cautela, com as incertezas externas e de ‘olho’ na forte agenda da próxima semana nos EUA, principalmente na sexta-feira, quando sai o payroll (criações de vagas de trabalho na economia) e dos indicadores de atividade industrial na China”, analisa Hamilton Moreira Alves, estrategista do BB Investimentos.
No Brasil, os investidores deverão ficar de olho em mais dados sobre a inflação. O destaque fica para a publicação do Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M) para o mês de novembro. A expectativa do economista Andre Guilherme Pereira Perfeito, da Gradual Corretora, é de uma alta de 1,43%. Em outubro, o índice ficou em 1,01%. O mercado está atento aos sinais que possam influenciar na última decisão do Copom (Comitê de Política Monetária do Banco Central) com a participação de Henrique Meirelles a ser realizada nos dias 7 e 8 dezembro.
Os investidores já começaram a precificar nos contratos de juros futuros, tanto nos curtos como nos longos, um novo ciclo de aperto monetário no país.