Mercados

Mercado de olho na Grécia para evitar o “efeito Lehman”

Investidores estão preocupados com a exposição dos bancos europeus ao país

O temor é de que uma quebra da Grécia imite os eventos que seguiram a derrocada do banco americano Lehman Brothers, em 2008 (Spencer Platt/EXAME.com)

O temor é de que uma quebra da Grécia imite os eventos que seguiram a derrocada do banco americano Lehman Brothers, em 2008 (Spencer Platt/EXAME.com)

DR

Da Redação

Publicado em 11 de setembro de 2011 às 20h29.

São Paulo – O desenvolvimento dos problemas relacionados à crise da dívida europeia deve continuar a ditar o rumo dos mercados financeiros na próxima semana. O mercado está de olho na Grécia e num possível “efeito Lehman Brothers”.

Os investidores temem o impacto de um calote do país sobre os bancos europeus, que possuem títulos da dívida do país em seu portfólio. O default poderia levar a uma necessidade de recapitalização.

O temor é de que uma quebra da Grécia imite os eventos que seguiram a derrocada do banco americano Lehman Brothers, em 2008. A falência do banco levou a uma crise de confiança sobre as outras instituições financeiras, o que culminou com a maior recessão global desde 1930.

O governo alemão já estaria planejando um plano para auxiliar os bancos do país no caso de a Grécia interromper os pagamentos. A informação, contudo, foi negado por Johannes Blankenheim, porta-voz do Ministério das Finanças do país.

"A questão de um plano B não está sendo discutida no momento. Nós estamos trabalhando com base nas decisões de 21 de julho e estamos confiantes em que podemos passar essas decisões e o plano A pelo Parlamento e, portanto, ter sucesso", disse.


Em julho, as autoridades da Zona do Euro chegaram a um acordo sobre um segundo resgate financeiro à Grécia, além da ampliação em tamanho e flexibilidade a Linha de Estabilidade Financeira Europeia (EFSF, na sigla em inglês).

Agenda

A semana não tem indicadores de grande relevância nesta semana, o que aumenta o foco sobre os desenvolvimentos na área política. O mercado espera mais coordenação entre os políticos em todo o mundo para coordenar uma resposta à crise, o que não vem acontecendo.

No BCE, a ruptura de ideias foi escancarada com a renúncia de um dos seus diretores na sexta-feira. Jürgen Stark disse em um comunicado que, por motivos pessoais, não irá mais ocupar o cargo cujo mandato só seria encerrado em 31 de maio de 2014.

O economista é um dos opositores das medidas recentes adotadas pela autoridade monetária que visam controlar a crise da dívida dos países da zona do euro. O principal motivo da saída de Stark teria relação a um conflito sobre o programa de compra de bônus soberanos do banco.

Ainda assim, na quinta-feira, o indicador de atividade e da capacidade utilizada na indústria deve chamar a atenção. A expectativa consensual, de acordo com a Briefing.com, é de manutenção da indústria em agosto e de uma leve baixa na capacidade utilizada.

O indicador Philadélphia Fed Index, que traz números da indústria na região, deve cair 15 pontos, de acordo com as projeções. No mesmo dia, o presidente do BCE (Banco Central Europeu), Jean-Claude Trichet, e do Federal Reserve, Ben Bernanke, irão discursar.

Acompanhe tudo sobre:Ações

Mais de Mercados

Seja Kamala ou Trump, a política fiscal dos EUA continuará expansionista, diz Gavekal

Dólar a R$ 5,87. O que explica a disparada da moeda nesta sexta-feira?

Fim de uma era? TGI Fridays prepara recuperação judicial nos EUA

Eztec salta na bolsa com lucro 240% maior e short squeeze: até onde vai a ação?