Tombini: operadores apostam que o Copom vai manter a Selic inferior a esse nível de 10% (Álvaro Motta/EXAME)
Da Redação
Publicado em 4 de julho de 2012 às 08h07.
São Paulo - Os negócios no mercado de juros futuros apontam que a taxa Selic deve ficar abaixo de 10 por cento por oito anos. O enfraquecimento da economia permite que a presidente Dilma Rousseff consiga cumprir sua promessa de baixar o juro do país.
As taxas dos contratos de Depósito Interfinanceiro com vencimentos até 2021 estão todas abaixo de 10 por cento, o que aponta que operadores apostam que o Comitê de Política Monetária vai manter a Selic inferior a esse nível, segundo dados compilados pela Bloomberg. Até maio, eles previam que o Banco Central voltaria a elevar o juro básico para mais de 10 por cento em 2014.
Dilma, que disse em abril que era inaceitável que o país tivesse os juros mais altos do mundo, vem pressionando pela redução da Selic para estimular o crescimento e proteger a economia da crise de dívida europeia. A 3,51 por cento, a taxa de juros real, que exclui a inflação, é a maior entre os países do G20. O BC, presidido por Alexandre Tombini, cortou a Selic em 4 pontos percentuais desde agosto para a mínima histórica de 8,5 por cento.
“Há quase um consenso dentro do governo de que este momento de crise internacional cria uma oportunidade para buscar cortes agressivos de juros”, disse João Augusto de Castro Neves, analista para Brasil do Eurasia Group, em entrevista por telefone de Washington. “Durantes as crises de 2008 e 2009, o Banco Central começou a baixar as taxas, mas foi muito contido. Este BC viu isso como uma oportunidade perdida de cortar os juros lá atrás.”