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Menos de 15% das empresas que fizeram IPO em 2021 superam a performance do Ibovespa

Mais de um quarto das companhias listadas no período geraram perdas para quem investiu em sua oferta inicial

Fundadores e executivos da AgroGalaxy (AGXY3) na cerimônia de estreia na B3 nesta segunda-feira, 26 de julho de 2021, depois de IPO que movimentou R$ 350 milhões (Cauê Diniz/B3/Divulgação)

Fundadores e executivos da AgroGalaxy (AGXY3) na cerimônia de estreia na B3 nesta segunda-feira, 26 de julho de 2021, depois de IPO que movimentou R$ 350 milhões (Cauê Diniz/B3/Divulgação)

Guilherme Guilherme
Guilherme Guilherme

Repórter de Invest

Publicado em 21 de setembro de 2024 às 14h01.

A seca de ofertas públicas iniciais (IPOs) na B3 já dura três anos. As taxas de juros elevadas, a competição com produtos isentos de imposto de renda na renda fixa e os saques em fundos de ações e multimercados são justificativas para a escassez de novidades na bolsa. Mas as perdas geradas na última safra de IPOs também deixaram suas marcas no mercado, elevando a exigência dos investidores.

Dos 42 IPOs realizados em 2021, apenas 6 tiveram desempenho superior ao Ibovespa desde a listagem. Do total, somente as ações de 8 empresas acumulam alta no período.

A Agrogalaxy, que entrou com pedido de recuperação judicial nesta semana, é um dos destaques negativos da safra de IPOs de 2021. Cotados a R$ 0,57, os papéis da Agrogalaxy acumulam queda de 96% desde o IPO. Kora Saúde, Espaçolaser, Infracommerce e Westwing também perderam mais de 90% de valor desde que entraram na bolsa, na última leva de IPOs.

Mais da metade das empresas que fizeram IPO em 2021 caíram mais de 50% na bolsa. As perdas ocorreram mesmo com um cenário relativamente positivo para o Ibovespa, que subiu pouco mais de 10% desde então.

Um dos principais riscos apontados por investidores ao entrar em um IPO é a falta de conhecimento sobre a empresa, dado que há menos informações disponíveis de uma empresa de capital fechado. Companhias listadas há mais tempo, por outro lado, já estão mais acostumadas a lidar com o mercado, além de haver um histórico do desempenho das ações em diferentes cenários.

Outro fator é que os IPOs costumam ocorrer quando a bolsa está com múltiplos mais altos, o que permite vender mais caro a participação na empresa.

Altas na bolsa

Ainda assim, há oportunidades. Um exemplo é o IPO da companhia de gerenciamento de resíduos Orizon, que já subiu mais de 110% desde sua listagem, em 2021. A empresa, que atua desde aterros até a venda de crédito de carbono, foi a que mais se valorizou da última safra de listagens. Suas ações encerraram o último pregão cotadas a R$ 46,10, mas, na opinião do Itaú BBA, há espaço para subirem até R$ 55,62.

GPS, Caixa Seguridade, Intelbras, Boa Safra e PetroRecôncavo foram as outras companhias listadas em 2021 que tiveram desempenho superior ao Ibovespa. Eletromidia, Vamos e 3Tentos estão no positivo, mas com desempenho abaixo do índice.

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