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Menos argentino, Mercado Livre vê Brasil e México levarem operação a recorde no 2º trim.

Lucro líquido do Mercado Livre subiu 113%, para US$ 261,9 milhões, e receita total ficou 57% maior, a US$ 3,4 bilhões

Mercado Livre: GMV do  marketplace alcançou o patamar de US$ 10,5 bilhões pela primeira vez (Leandro Fonseca/Exame)

Mercado Livre: GMV do  marketplace alcançou o patamar de US$ 10,5 bilhões pela primeira vez (Leandro Fonseca/Exame)

Raquel Brandão
Raquel Brandão

Repórter Exame IN

Publicado em 2 de agosto de 2023 às 19h55.

Última atualização em 2 de agosto de 2023 às 20h03.

O Mercado Livre está cada vez menos argentino. No segundo trimestre, a empresa bateu recorde de volume de vendas no marketplace e superou a marca inédita de US$ 42 bilhões no volume de pagamentos processados pelo Mercado Pago, com os números puxados especialmente pelo Brasil e o México, que tomou da Argentina o segundo lugar em volume de vendas (GMV).

O lucro líquido do Mercado Livre subiu 113% para US$ 261,9 milhões. A receita total ficou 57% maior, a US$ 3,4 bilhões. "Foi mais um resultado recorde quando se olha o lucro operacional. Mas, mais do que um novo recorde, é um recorde bem acima do último recorde", observa Richard Cathcart, diretor de relações com investidores do Mercado Livre, em entrevista à EXAME Invest

O lucro operacional somou US$ 558 milhões, um aumento de 124%, com destaque também para o aumento da base de clientes ativos, que superou o patamar de 108,6 milhões (29% a mais). O desempenho forte foi puxado por todos os países e todos os negócios, mas os números do Brasil, maior mercado da plataforma, e do México se destacaram. No México, o lucro foi quase três vezes maior no ano contra ano e, no Brasil, 77% 

Em tipos de operações, o varejo obteve receita de US$ 1,9 bilhão, 65% mais do que no mesmo trimestre de 2022. O GMV do  marketplace alcançou o patamar de US$ 10,5 bilhões pela primeira vez, num avanço de 47%, em que as vendas no Brasil cresceram 25% e as do México, 33%. Já a receita de Mercado Pago saltou 48%, para US$ 1,5 bilhão.

"México ultrapassou a Argentina em GMV e já tinha passado em itens vendidos. Por lá, a economia está mais quente, mais estável. Além disso, no e-commerce e na fintech vemos um mercado menos maduro do que Brasil e Argentina", conta Cathcart. A penetração de e-commerce no México ainda é menor do que no Brasil. "O Brasil ainda tem muita pista [a percorrer], mas lá estão no ponto inicial da curva. Em fintech mais ainda. O índice de bancarização lá é abaixo do Brasil e a penetração de cartão de crédito fica abaixo de 15% na população adulta. Então há espaço para crescer e também tem menos competição."

Para onde ainda pode crescer o Mercado Livre no Brasil?

De acordo com o executivo, existem pelo menos três pontos que podem ajudar o crescimento no Brasil. Um deles é aumentar a participação do Mercado Livre no segmento de eletrônicos, que ainda é uma fraqueza da plataforma. "Essa é uma categoria muito consolidada. E é uma categoria em que o preço é muito importante, precisa de muita escala com esses fornecedores para ter um preço competitivo", afirma ao explicar porque a companhia investiu na venda 1P (venda da própria plataforma) nessa categoria. "É pontual, para essa categoria. Não vamos passar para o 1P."

Outro ponto é incentivar o varejo físico a migrar para o e-commerce. Autopeças, por exemplo, é muito grande para a operação do Mercado Livre, mas apenas 3% dessa categoria opera online. Por fim, o diretor vê a chance de entrar em novas verticais. No México, por exemplo, o Mercado Livre já entrega produtos de farmácias. Aqui, uma dessas apostas está na categoria de supermercados. 

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