Painel de cotações da B3: Ibovespa avançou 3,3% em julho (Germano Lüders/Exame)
Repórter de Invest
Publicado em 31 de julho de 2023 às 18h51.
Última atualização em 1 de agosto de 2023 às 08h21.
O Ibovespa, principal índice da bolsa brasileira, subiu 3,3% em julho, em seu quarto mês consecutivo de ganhos.
Ainda que com um pouco mais de volatilidade, a bolsa acompanhou a tendência positiva de junho, com investidores na expectativa pelo início do ciclo de corte de juros na próxima reunião do Copom.
A perspectiva de juros mais baixos deu força para ações mais ligadas à economia local. A startup de cashback Méliuz (CASH3) liderou os ganhos, subindo 27%. Os papéis começaram a disparada depois que o BTG Pactual (do mesmo grupo controlador da EXAME) recomendou a compra das ações.
O ponto-chave para a mudança seria a aproximação do chamado “breakeven”, momento em que a companhia atinge um equilíbrio entre custos e receitas. “Se isso acontecer, o valuation [do Méliuz] se torna extremamente atraente”, escreveram os analistas.
No setor de varejo, Carrefour (CRFB3) também registrou forte alta de 22,5% no mês. Outro grupo que subiu em bloco foi o das construtoras. MRV (MRVE3) subiu 20,1%, enquanto Cyrela (CYRE3) e Eztec (EZTC3) tiveram alta de 18%.
Destaque também para as petroleiras privadas Prio (PRIO3) e 3R (RRRP3), que dispararam na esteira da valorização do petróleo. A commodity avançou no acumulado do mês para seu melhor patamar desde abril. A alta acompanhou a expectativa de uma redução na oferta. A Arábia Saudita planeja manter os cortes em sua produção de 1 milhão de barris de petróleo por dia até setembro.
Ainda entre as commodities, houve alta também entre as ações ligadas ao minério de ferro. Com a expectativa de mais estímulos para a economia chinesa, os papéis do setor fecharam em alta. As representantes que mais subiram foram Gerdau (GGBR4) e Gerdau Metalúrgica (GOAU4), com altas de 16%.
Na ponta negativa, a alta do petróleo que ajudou as petroleiras derrubou as aéreas Gol (GOLL4) e Azul (AZUL4), que caíram 26,8% e 19%.
“A virada do petróleo para o positivo configura pressão adicional às companhias aéreas, que podem ter seus custos [de combustível] elevados. Também são ações voláteis, que tiveram forte alta nos meses anteriores e essa forte queda vem como um movimento de realização”, avaliou Bruna Sene, analista de investimentos da Nova Futura Investimentos.
No caso da Gol, a queda acompanhou a divulgação do balanço do segundo trimestre, que foi positivo mas não conseguiu animar os investidores.
“Preferimos estar expostos a companhias aéreas com balanços sólidos diante de um cenário macro ainda incerto e com poder de precificação em mercados mais saudáveis”, afirmaram, em relatório, os analistas do Goldman Sachs, que mantém recomendação neutra para a Gol.
Outro destaque de queda no mês foi a petroquímica Braskem (BRKM5), que recuou 8,8%. A companhia se encontra no meio de um imbróglio com o poder público. O motivo são danos causados a quatro bairros de Maceió, em Alagoas, pela extração de sal-gema, matéria-prima da produção de PVC.
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