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MELHORES E MAIORES 50 anos: Para Cielo, segredo da consistência é se antecipar à ‘próxima onda’

Adquirente fundada em 1995 é a maior campeã da premiação no setor de serviços, com 14 vitórias

Cielo: adquirente foi fundada em 1995, com o nome de Visanet. (Paulo Fridman/Bloomberg)

Cielo: adquirente foi fundada em 1995, com o nome de Visanet. (Paulo Fridman/Bloomberg)

Beatriz Quesada
Beatriz Quesada

Repórter de Invest

Publicado em 14 de agosto de 2023 às 15h31.

Última atualização em 25 de agosto de 2023 às 12h10.

A Cielo nasceu como um projeto de inovação. Em 1995, Bradesco, Banco do Brasil, Banco Real (atual Santander) e o extinto Banco Nacional, se juntaram à Visa para criar uma empresa que pudesse reformular o sistema de pagamentos no País. Chamada de Visanet, a companhia foi fundada no mesmo ano em que a internet chegou ao Brasil. Era outro mundo: as maquininhas de cartão eram manuais e contavam com uma espécie de papel carbono que registrava os dados do cartão. Para finalizar a compra, era necessário que o lojista fosse ao banco validar a transação.

De lá para cá, a transformação foi profunda. A primeira máquina agora é peça de museu na companhia – que já no final dos anos 90 começou a adotar transações eletrônicas. A mudança foi descrita como um dos principais trunfos da então Visanet em 2000, quando ganhou pela primeira vez o MELHORES E MAIORES, da EXAME, com o cartão “tirando espaço dos cheques”. O famoso leitor de chips, por sua vez, deu as caras apenas depois da virada do milênio, em 2003. 

De lá para cá, a Cielo ganhou outras nove vezes como a melhor empresa de Serviços Financeiros, o suficiente para que, nestes 50 anos de MELHORES E MAIORES, seja eleita a mais vezes campeã em seu segmento.

O ano da grande virada para a empresa foi 2009: a adquirente chegou a 99% do território nacional e estreou na bolsa de valores como o maior IPO já visto até o momento: foram R$ 8,4 bilhões levantados no mercado. Ao final daquele ano, com o fim da exclusividade com a bandeira Visa, a empresa passou a se chamar Cielo, que vem da palavra “céu” em espanhol e italiano. O motivo? O mote publicitário da época explica: “O céu é o limite”. A adquirente foi a mais premiada da categoria serviços, vencendo por 14 vezes. A empresa levou o prêmio no ano 2000 e em mais 13 anos consecutivos entre 2007 e 2019.

O segredo da consistência

Na visão do CEO da Cielo, Estanislau Bassols, o segredo da consistência vem da adaptação ao comportamento de consumo do mercado, priorizando a inovação. “Muitas tecnologias e empresas morreram. Nós continuamos em cena porque tivemos capacidade e resiliência para absorver todas as inovações e criar novas oportunidades a cada ano”, disse Bassols em entrevista à EXAME

A empresa tem hoje um portfólio que vai além das maquininhas. “Passa pela adquirência pura e vai até meios de pagamento de forma expandida, indo também para serviços relacionados a dados e inteligência. É uma junção que facilita e simplifica a vida do cliente”, completou. Entre os focos mais recentes, o CEO destaca a possibilidade de pagamentos via WhatsApp, a tecnologia tap on phone, que permite ler o celular como maquininha, e a antecipação de recebíveis de outras adquirentes. A leitura de QR Code e o pagamento via Pix também estão entre as novidades dos últimos anos. 

O combustível que sustenta o motor da inovação, na visão do CEO, é a diversidade aliada ao propósito de “simplificar e impulsionar negócios”. “Um propósito claro e um time diverso é uma combinação muito poderosa. Ter pessoas diversas dentro da companhia faz com que a gente ganhe a capacidade de absorver o novo de uma forma muito interessante”, afirmou. A Cielo tem metas internas de diversidade nos quadros até seu aniversário de 30 anos. A expectativa é que, até 2025, 45% dos cargos sejam ocupados por mulheres. E até lá, negros e índigenas devem representar 35% do efetivo.

A corrida pelas maquininhas – que ao final do dia é uma corrida pela inovação – ganhou novos contornos nos últimos anos com o aumento da concorrência no setor. E a pressão deve continuar intensa, aumentando a necessidade de reinvenção da adquirente. Uma das grandes apostas do mercado para a empresa é o potencial de sua subsidiária Cateno, uma joint venture criada em 2014 com o Banco do Brasil para atuar na gestão dos meios de pagamento. No seu negócio principal, a Cielo vem focando em rentabilidade, e apresentou no segundo trimestre deste ano seu oitavo balanço consecutivo de crescimento do lucro na base anual

Em meio aos avanços, a Cielo lançou um programa de transformação para o futuro da companhia. Um dos pilares é ter uma operação comercial cada vez mais omnichannel, que integre o online e offline. Para fazer frente a essa ambição, a Cielo apresentou este mês um plano de reforçar o time de vendas em até mil novos funcionários. O foco será o segmento que atua diretamente com os bancos parceiros, Bradesco e BB – que é o grande diferencial da adquirente frente às rivais. “Queremos nos antecipar à próxima onda”, destacou o CEO.

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