Vendas da marca Natura no Brasil seguem fortes (Natura &Co/Divulgação)
Repórter Exame IN
Publicado em 9 de maio de 2023 às 11h55.
A melhora das margens e a sinalização de que a companhia está avançando nas ondas de integração da Avon com a Natura na América Latina vieram como boas notícias para os investidores, mesmo com o prejuízo líquido da Natura &Co (NTCO3) ficando 1,4% maior, a R$ 652 milhões.
Às 11h30, as ações subiam mais de 11%, liderando as altas do Ibovespa. O resultado foi considerado melhor do que o previsto pelos analistas do Goldman Sachs, que destacarm a melhoria das margens das operações.
"Mantemos nossa classificação neutra para a ação. Embora acreditemos que a proposta de venda da Aesop dá à empresa a flexibilidade financeira necessária para conduzir mudanças estruturais nas marcas remanescentes, a recuperação também traz riscos. Cortar representantes e mercados deficitários é, em última análise, necessário para melhorar a lucratividade, mas também vemos desafios na redução do negócio", escreve a equipe do banco.
Já a equipe do Itaú BBA classificou o resultado como misto, destacando o ganho de margem bruta, que mostra avanços operacionais do grupo. "É uma tendência positiva que deveríamos continuar a ver à frente", afirma a equipe de análise do banco. Ainda assim, a piora na gestão de capital de giro foi um aftor negativo, diz o relatório, apontando que isso contribuiu para queima de caixa de R$ 2 bilhões no trimestre, mais que o dobro de um ano antes.
Na teleconferência de resultados, a direção da companhia, representada pelo CEO, Fabio Barbosa, o CFO, Guilherme Castelllan, e o vice-presidente de Natura &Co Latam, João Paulo Ferreira, buscaram tranquilizar os analistas afirmando que a dinâmica de estoques não mostrou mudanças estruturais e que o aumento é temporário e segue se ajustando. Os executuvos também buscaram destacar que a estrutura de capital está em progesso, mesmo com a dívida líquida aumentando e afetando a última linha do balanço neste primeiro trimestre. Grande parte da despesa financeira, segundo a Natura &Co, vai ser endereçada pela venda da Aesop à L'Oréal, por US$ 2,52 bilhões.