O medo não está relacionado a um risco sistêmico, mas sim com uma desaceleração da economia global (Getty Images)
Da Redação
Publicado em 12 de agosto de 2011 às 06h12.
São Paulo – O comportamento de medo dos investidores nos últimos dias está similar ao que ocorreu durante a crise do subprime (hipotecas) em 2008, escreveu o estrategista de negociações da mesa do JP Morgan, Pete Tannenbaum, em relatório enviado para os clientes e obtido por EXAME.com.
“Eu sinto um crescente medo do investidor de que há uma subestimação do contágio na Europa similar à que ocorreu para o problema do subprime”, explicou ele no documento. Mesmo com a recente recuperação das bolsas, os investidores e governos continuam em alerta.
Na noite de ontem, a Bélgica, França, Itália e Espanha anunciaram, por meio de um comunicado publicado pela autoridade que regula os mercados financeiros na União Europeia (ESMA), que irão tomar medidas para conter a especulação com ações em suas respectivas bolsas.
“Os países fizeram isso para restringir os benefícios que podem ser conseguidos por rumores”, mostra um trecho do documento. Os investidores chegaram a especular que o banco francês Société Générale estaria vendendo ouro abaixo do preço negociado no mercado, o que poderia indicar um problema de capital.
Para Tannenbaum, a manifestação de medo não é pelo temor de ocorrer um choque sistêmico para o sistema financeiro, “mas uma desaceleração da economia global que deprima significantemente o valor das ações”, acredita.