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Marfrig (MRFG3) reverte prejuízo em lucro no 4T23 e ações disparam 13%

Segundo analistas, os principais resultados foram fortes, graças às receitas mais fortes na carne bovina da América do Sul

Marfrig (Marfrig/Divulgação)

Marfrig (Marfrig/Divulgação)

Janize Colaço
Janize Colaço

Repórter de Invest

Publicado em 28 de março de 2024 às 15h32.

Última atualização em 28 de março de 2024 às 15h36.

A Marfrig (MRFG3) reportou na noite de ontem, 27, o seu balanço do quarto trimestre de 2023 e, diante da reversão do prejuízo para um lucro, hoje as suas ações figuram entre as maiores altas do Ibovespa. Por volta das 15h30, as ações MRFG3 subiam 13,35%. Segundo analistas, os principais resultados financeiros foram fortes, graças às receitas mais fortes na carne bovina da América do Sul.

Segundo o balanço, nos últimos três meses do ano passado, a Marfrig contabilizou um lucro líquido de R$ 12 milhões. Um ano antes, a companhia havia registrado um prejuízo de R$ 628 milhões. Além disso, o Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações) totalizou R$ 2,9 bilhões no período, um avanço de 32,1% na comparação com o 4T22. A margem Ebitda ficou em 8% contra 6% um ano antes. Já a receita líquida caiu 2,2% na comparação com o mesmo trimestre do ano anterior, saindo de R$ 37,3 bilhões para R$ 36,5 bilhões.

Mas se de um lado o quarto trimestre foi forte, o consolidado do ano apresentou números diferentes. Em 2023, a Marfrig apurou um prejuízo de R$ 1,5 bilhão, revertendo o lucro líquido de R$ 4,1 bilhões do ano anterior. A receita líquida cresceu 4,5% no ano, para R$ 136,4 bilhões. Já o Ebitda caiu 27,1%, para R$ 9,2 bilhões.

Resultados fortes da Marfrig (MRFG3) no 4T23

Em relatório, os analistas do BTG Pactual (do mesmo grupo controlador da EXAME) buscaram destrinchar os números reportados considerando apenas os resultados da Marfrig. Isso porque, embora a BRF (BRFS3) tenha contribuído para os resultados, trata-se de outra empresa também de capital aberto e cujos números operacionais podem ser consultados – e analisados – individualmente.

Em relação ao balanço de ontem, eles destacam que há certa dificuldade em entender, visto que os ativos sul-americanos que serão vendidos para a Minerva (BEEF3) foram classificados como "ativos para venda" e suas finanças estão sendo consolidadas de maneira “pro forma”. “Os resultados principais foram fortes,mas graças às receitas mais fortes na carne bovina da América do Sul”, dizem.

Nesta região em específico, houve um aumento de 45% na exportação da carne bovina frente ao trimestre anterior. Junto a isso, os preços domésticos subiram 26%. Esses fatores contribuíram para as vendas dos últimos três meses do ano passado totalizaram R$ 7,1 bilhões — alta de 31% na comparação dos trimestre e 29% acima da previsão do BTG.

Na mesma linha de pensamento, os analistas do Itaú BBA pontuam que os fortes volumes no mercado externo junto aos preços sólidos no mercado interno impulsionaram os resultados da Marfrig. “Do ponto de vista qualitativo, vemos os resultados do 4T23 como uma redução de risco para a empresa, que demonstrou a resiliência da lucratividade em comparação com os pares listados”, dizem. No entanto, eles observam que a tendência de queda da rentabilidade na carne bovina dos EUA persiste, limitando os ganhos da companhia.

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