Invest

Marfrig (MRFG3) diz que pretende intervir na BRF (BRFS3); ações caem

Movimento ocorre quase três anos após fracassadas negociações de fusão entre as duas empresas

Anteriormente, a Marfrig havia indicado que não pretendia, com a compra de ações, influenciar na administração da BRF | Foto: Germano Lüders/EXAME (Germano Lüders/Exame)

Anteriormente, a Marfrig havia indicado que não pretendia, com a compra de ações, influenciar na administração da BRF | Foto: Germano Lüders/EXAME (Germano Lüders/Exame)

R

Reuters

Publicado em 21 de fevereiro de 2022 às 15h50.

Última atualização em 14 de março de 2022 às 09h40.

A Marfrig (MRFG3) informou nesta segunda-feira, 21, que buscará ter representantes no Conselho de Administração na concorrente BRF (BRFS3), após ter obtido participação de cerca de 33% na empresa dona de marcas como a Sadia.

A Marfrig, atualmente o maior acionista da rival BRF, disse em nota ao mercado que o seu conselho decidiu que a companhia deve exercer seus direitos de acionista para passar a influenciar na administração da maior produtora de carne de aves do Brasil, líder global na exportação do produto.

Anteriormente, a Marfrig havia indicado que não pretendia, com a compra de ações, influenciar na administração da BRF, também grande produtora de carne suína e alimentos processados. As ações recuaram nesta segunda-feira, com Marfrig caindo 4,57% e BRF recuando 2,55%.

Uma gigante da produção de carne bovina, com ativos também nos Estados Unidos, a Marfrig começou a comprar ações da BRF em maio de 2021, dizendo naquela oportunidade que o movimento visava apenas diversificar investimentos.

A Marfrig afirmou em comunicado nesta segunda-feira que apresentará à BRF chapa de candidatos a serem indicados para o conselho da empresa para a próxima assembleia geral ordinária.

A BRF -- que também tem entre os principais acionistas os fundos de pensão Petros e Previ, além da gestora de recursos Kapitalo Investimentos -- levantou recentemente 5,4 bilhões de reais em uma oferta de ações ("follow-on"), em uma operação que levou players do mercado a especularem se a Marfrig poderia adquirir uma participação controladora sem o risco de acionar um mecanismo de "poison pill".

O estatuto da BRF exige que um investidor que atinja 33,33% de participação na empresa faça uma oferta pública de aquisição de todas as ações remanescentes.

No entanto, os acionistas da Marfrig acabaram por autorizar a participação na oferta apenas dentro do "limite de sua participação societária no capital social da BRF", que atualmente é de 33,25%.

O último movimento da Marfrig ocorre quase três anos após fracassadas negociações de fusão entre as duas empresas.

 

Acompanhe tudo sobre:bolsas-de-valoresBRFConselhos de administração

Mais de Invest

Qual a diferença entre herdeiros necessários e testamentários?

Mercado pressiona Fed por novo corte de 50 na próxima reunião

Quais são os documentos necessários para fazer um inventário extrajudicial?

Petrobras bate recorde de investidores, mesmo com queda de CPFs na B3