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Marfrig lidera perdas do Ibovespa após lucro desabar no 1º trimestre

Despesas financeiras disparam em um ano e pressionam resultado, apesar de maior receita e Ebitda; operação americana foi destaque do período

Picanha assada da Marfrig (Marfrig/Divulgação)

Picanha assada da Marfrig (Marfrig/Divulgação)

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Guilherme Guilherme

Publicado em 4 de maio de 2022 às 14h37.

Última atualização em 4 de maio de 2022 às 15h21.

As ações da Marfrig (MRFG3) caem mais de 10% para nesta quarta-feira, 4, após a divulgação do balanço do primeiro trimestre. Os papéis do frigorífico lideram as perdas do Ibovespa nesta sessão, cotadas a cerca de R$ 16,30, próximo da mínima de 52 semanas. No ano, a desvalorização da Marfrig está entorno de 25%.

A empresa teve lucro líquido de R$ 109 milhões, 61,1% abaixo do registrado no ano passado. O número também ficou aquém das expectativas do mercado. O consenso da Bloomberg era de lucro de R$ 689,2 milhões para o trimestre.

A receita líquida e o Ebitda cresceram, como o esperado, e superaram as estimativas. As despesas financeiras, no entanto, engoliram o resultado, saltando de R$ 346 milhões para R$ 1,22 bilhão em um ano.

O destaque na frente operacional foi mais uma vez a frente americana, que aumentou sua receita em 30,6% para US$ 3 bilhões em relação ao mesmo período do ano passado. A margem Ebitda da América do Norte saltou 300 pontos base para 15%. Embora mais forte, analistas do Itaú BBA já veem sinais de piora do ciclo do gado americano.

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"Na frente de custos, os preços do gado aumentaram 23% na comparação anual, já mostrando sinais de que o ciclo do gado está tendendo ao seu ponto médio", disseram os analistas em relatório. O Itaú, porém, pontua que o curto prazo permanece forte, "indicando que a normalização da margem para a América do Norte pode ocorrer mais tarde".

"Esperamos que a lucratividade na América do Norte caia devido aos custos mais altos do gado nos EUA, à medida que o superciclo do gado do país diminui", disseram os analistas.

O Credit Suisse, embora tenha considerado "fortes" os números do primeiro trimestre, também prevê maior pressão de custo pela menor disponibilidade de gado nos Estados Unidos.

"No entanto, acreditamos que os preços da carne bovina devem permanecer muito saudáveis [nos Estados Unidos], uma vez que a forte demanda não diminuiu apesar dos preços mais altos. Com o início da temporada de churrasco, esperamos que os spreads de carne bovina mostrem alguma recuperação em maio e junho, sustentando bons números no curto prazo", afirmou o Credit Suisse. 

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