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Márcio Appel vê chance razoável de Ibovespa dobrar em 12 meses

Gestor afirmou que a possibilidade de o Ibovespa alcançar essa marca está atrelada à baixa alocação dos fundos de ações e ao atual patamar da taxa de juros

Ibovespa: para gestor, marca dos 160 mil pontos é possível de ser alcançada (Germano Lüders/Exame)

Ibovespa: para gestor, marca dos 160 mil pontos é possível de ser alcançada (Germano Lüders/Exame)

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Reuters

Publicado em 22 de março de 2018 às 14h08.

São Paulo -- O gestor Márcio Appel, sócio fundador da Adam Capital, disse nesta quinta-feira que há "chance razoável" de o índice de referência da bolsa paulista chegar a 160 mil em 12 meses, quase o dobro a pontuação atual, mas ponderou que esse não se trata do cenário básico da gestora, que é mais conservador.

Ele afirmou, durante evento de investidores em São Paulo, que a possibilidade de o Ibovespa alcançar essa marca esta atrelada, entre outros fatores, à baixa alocação dos fundos de ações e ao atual patamar da taxa de juros.

Appel afirmou que a gestora Adam está posicionada na bolsa como um todo, olhando o Ibovespa, sem posições específicas. "Já tivemos alocação maior em bancos, hoje é na bolsa como um todo", afirmou.

A Adam Capital tem atualmente sob gestão 28,1 bilhões de reais e se define como uma gestora global, especializada em emergentes. Entre as suas posições compradas na área de renda variável estão a varejista norte-americana Amazon, o banco JPMorgan e o Facebook, enquanto Walmart, P&G e Tesla são algumas das posições vendidas. A casa também está comprada em Brasil e vendida em Turquia, entre outras posições.

Durante evento realizado pela XP Investimentos, ele também disse que segue otimista com o real, conforme vê reversão do fluxo para o país, uma vez que os ativos brasileiros seguem baratos.

"Se você tiver uma reversão de fluxo -- e a gente acha que vai ter uma reversão de fluxo porque acha que os ativos brasileiros estão baratos--, você vai ter uma entrada muito grande de dólares no Brasil. Então a gente segue otimista com o real", afirmou o gestor, acrescentando que a gestora não tem essa posição, já que vê outras melhores.

Ele enxerga a economia brasileira crescendo cerca de 2,7 por cento este ano, impulsionada basicamente pelo consumo. Ao mesmo tempo, ele vê a inflação em cerca de 3,25 por cento este ano e baixa por alguns anos, o que vai permitir uma taxa de juro real "muito abaixo do que estamos acostumados".

"A gente está com inflação muito tranquila, a atividade está recuperando de forma cíclica, mas sem ser uma corrida desenfreada", afirmou Appel.

 

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