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Mais uma medida à vista: China deve anunciar pacote fiscal de mais de US$ 280 bi na volta do feriado

Novo estímulo fiscal chegaria para somar forças a uma rodada de medidas anunciada nas últimas semanas

China: UBS prevê crescimento de 4,8% do PIB em 2024 caso a China anuncie pacote fiscal ((Photo by Peter PARKS / AFP))

China: UBS prevê crescimento de 4,8% do PIB em 2024 caso a China anuncie pacote fiscal ((Photo by Peter PARKS / AFP))

Rebecca Crepaldi
Rebecca Crepaldi

Repórter de finanças

Publicado em 7 de outubro de 2024 às 16h01.

Ao que tudo indica, o pacote de estímulos para a China não acabou.

De acordo com o UBS, em relatório divulgado na manhã de hoje, os investidores globais podem esperar um pacote fiscal entre 1,5 trilhão e 2 trilhões de yuans (US$ 213 bilhões a US$ 284 bilhões) no curto prazo, com uma possível expansão fiscal adicional de 2 trilhões a 3 trilhões em 2025 (US$ 284 bilhões a US$ 426 bilhões).

A expectativa de alguns agentes do mercado é ainda maior: varia entre 2 trilhões e mais de 10 trilhões de yuans, o que representaria 1,6% a 8% do Produto Interno Bruto (PIB).

Caso o governo anuncie esse pacote de estímulos e “implemente rapidamente”, o UBS prevê que o crescimento do PIB para 2024 pode chegar a 4,8%. As previsões atuais para o PIB da China são de 4,6% em 2024 e 4% em 2025, já assumindo algum apoio fiscal.

O novo estímulo fiscal previsto pelo UBS chegaria para somar forças a uma rodada de medidas anunciada nas últimas semanas, que combinam ações de política monetária, para o setor imobiliário e acionário - e, inclusive, se refletiram em um rali nas bolsas.

Para 2024, o UBS acredita que o foco das medidas seria o apoio ao consumo das famílias, empresas e governos locais. Já em 2025, a expansão adicional seria para áreas como reestruturação da dívida, gastos sociais e também apoio às empresas.

Ao final, o objetivo do governo é impulsionar a economia para a meta de crescimento de 5% do PIB para este ano, estimulando a confiança e o consumo das famílias, que vinha sendo o ponto fraco da segunda maior economia do mundo.

Na visão dos economistas do banco suíço, esse apoio (de 1,5 trilhão a 2 trilhões) deve ser suficiente para chegar mais perto da meta.

Entretanto, para estabilizar o mercado imobiliário em si e recuperar a confiança dos negócios e consumidores, seria necessário um estímulo maior e reformas adicionais.

Dentre as principais áreas, o UBS acredita que somente para destocagem imobiliária nas maiores cidades, seriam necessários 3 trilhões a 4 trilhões de yuans em apoio fiscal. Já para empresas, a projeção aponta para 500 bilhões a 1 trilhão de yuans, através de cortes de impostos e taxas.

“Estima-se que seja necessário mais de 1 trilhão para diminuir o passivo e reestruturar a dívida dos veículos de financiamento local (LGFV)”, comenta o relatório.

Subsídios de renda e consumo às famílias de baixa renda deveriam girar em torno de mais de 500 bilhões de yuans ou mais, assim como deveria haver um aumento de 800 bilhões de yuans nos gastos sociais. “Melhorar a rede de segurança social, especialmente para trabalhadores migrantes, ajudaria a aumentar a confiança dos consumidores”, afirma o banco.

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