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Mais feijão preto no prato do brasileiro

Maior área plantada e mais produtividade vão resultar em aumento de 26,5% da colheita

Grãos de feijão preto (Marcello Casal Jr./ABr)

Grãos de feijão preto (Marcello Casal Jr./ABr)

Apesar das quedas relatadas na produção de feijão no último relatório da Companhia de Abastecimento Nacional (CONAB), a oferta de feijão preto deverá aumentar no país.

Estima-se que sejam produzidos no total 1,2 milhão de toneladas de feijão nesta safra, sendo 317 500 toneladas são de feijão preto comum. Isso representa um aumento de 26,5% em relação à última safra.

Além do aumento de produtividade, há também um aumento de área cultivada. O Paraná, estado que mais produz o grão no país, já está com seu plantio praticamente concluído, e apresentou um aumento de 5% de área cultivada, ocupando 117 500 hectares.

“Os produtores do Paraná estão trocando o feijão cores, conhecido mais como carioquinha, pelo plantio de feijão preto. Isso é uma novidade, pois há um aumento não só da renda do produtor como da oferta de feijão preto no mercado” comenta Aroldo de Oliveira Neto, superintendente de informações do agronegócio na CONAB.

Esse aumento se dá por alguns fatores climáticos e mercadológicos. O grão preto respondeu melhor à estiagem que ocorreu no começo do ano. Além disso, ele conserva por mais tempo sua coloração, fator importante na hora de apresentar o produto para a venda.

“Apesar do feijão carioca representar 67% da produção nacional, ele tem dificuldade de mercado por questões comerciais, principalmente por perder sua coloração com muita rapidez. O feijão preto leva mais tempo para perder suas características, então acaba gerando mais lucro para o produtor” resume Oliveira Neto.

Outro fator que contribuiu para esse aumento de oferta do grão usado na típica feijoada brasileira foi a forte alta de preço da variedade cores em 2016, resultado de uma safra ruim no ano anterior.

Os preços em alta estimularam com que os produtores aumentassem o plantio, resultando em altos estoques de feijão cores degradando-se rapidamente, preços lá em baixo e prejuízo para o produtor.

A saída que eles encontraram para reaver o prejuízo foi, então, destinar a área de cultivo em 2017 para o feijão preto – que apresentou equilíbrio mercadológico, maior resistência climática e melhor conservação de coloração e qualidade durante todo esse tempo.

Quatro estados concentram 70% da produção nacional do grão: Paraná, Rio Grande do Sul, Ceará e Rio de Janeiro. Hoje, a produtividade média chega até 1070 quilos por hectare.

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