Mercados

Maioria das bolsas da Europa fecha em queda com Fed

Ao longo do dia a cautela sobre a reunião do Federal Reserve na próxima semana voltou a pressionar os mercados


	Irlanda: boa notícia do dia na Europa veio da Irlanda, que será primeiro país da zona do euro a sair oficialmente de programa internacional de ajuda neste fim de semana
 (Jussi Ekholm/Stock.xchng)

Irlanda: boa notícia do dia na Europa veio da Irlanda, que será primeiro país da zona do euro a sair oficialmente de programa internacional de ajuda neste fim de semana (Jussi Ekholm/Stock.xchng)

DR

Da Redação

Publicado em 13 de dezembro de 2013 às 15h15.

São Paulo - Os mercados da Europa tiveram uma intensa volatilidade na última sessão da semana, com a maioria das bolsas fechando o dia em terreno negativo. A sexta-feira começou animada com a notícia de que o acordo para o Orçamento dos Estados Unidos foi aprovado na Câmara dos Representantes nesta quinta-feira, 12, à noite, o que sustentou os ganhos durante a manhã.

No entanto, ao longo do dia a cautela sobre a reunião do Federal Reserve na próxima semana voltou a pressionar os mercados, que ainda estão em dúvidas sobre o futuro da compra de bônus mensal norte-americana. O índice Stoxx Euro 600 fechou em queda de 0,2%, aos 309,75 pontos.

Dois dias após o acordo entre líderes partidários, na terça-feira, a Câmara dos Representantes dos EUA aprovou nesta quinta-feira à noite o pacto que estabelece parâmetros para os gastos públicos em 2014 e 2015.

Mesmo com a reclamação de alguns dissidentes da base governista e da oposição, o acordo foi aprovado com o apoio de 332 deputados, sendo 169 republicanos e 163 democratas, e apenas 94 parlamentares rejeitaram o texto. Agora, o pacto deverá ser avaliado pelo Senado na próxima semana e, se aprovado, o acordo será sancionado pelo presidente Barack Obama.

Do ponto de vista econômico, o acordo favorece a percepção de que a recuperação econômica dos Estados Unidos estão no caminho correto, o que alimentou um otimismo nos mercados acionários europeus. Parte dos economistas acredita que este cenário poderia favorecer a retirada dos estímulos monetários pelo Fed, na reunião dos dias 17 e 18 de dezembro. Entretanto, não há consenso sobre o tema e, na dúvida, os investidores parecem preferir não arriscar novas e grandes posições.

O único indicador norte-americano do dia foi o índice de preços ao produtor (PPI, na sigla em inglês), que caiu 0,1% em novembro. O dado reforçou a tendência de que, com a inflação baixa, o Fed pode esperar mais para iniciar a redução de estímulos. O banco central norte-americano já afirmou que a redução dependerá da retomada do crescimento, de ganhos contínuos no mercado de trabalho, além de uma inflação próxima da meta de 2%.

Para analistas do BNP Paribas, o primeiro item está "verde", o segundo está "amarelo" e o terceiro, "vermelho", como reforça o dado de hoje. "A economia não está sendo aprovada nas três fases do teste e por isso não acreditamos que o Fed reduzirá estímulos na próxima reunião", afirmaram.


Essa cautela, que já faz parte da rotina das bolsas europeias há duas semanas, mais uma vez fez os ganhos vistos durante a manhã recuarem ao longo da sessão. Em comparação a outros pregões, no entanto, as perdas não foram tão expressivas e algumas bolsas fecharam próximas da estabilidade.

A boa notícia do dia na Europa veio da Irlanda, que será o primeiro país da zona do euro a sair oficialmente de um programa internacional de ajuda neste fim de semana, deixando para trás uma grave recessão que levou Dublin a buscar auxílio três anos atrás.

O índice IBEX35, da Bolsa de Madri, fechou perto da estabilidade com uma leve alta de 0,01%, aos 9.272,70 pontos. Na semana, entretanto, a queda foi de 1,36%. Hoje, o jornal Cinco Dias divulgou que a dívida pública da Espanha superou o recorde atingido em 1942 e chegou a 93,4% do Produto Interno Bruto (PIB) do país, a pior taxa desde 1912.

A notícia, contudo, não pressionou o mercado espanhol. As ações dos bancos foram os destaques positivos do dia. Bankinter e Caixa Bank registrara alta de 2,6% e 1,3%, respectivamente. Já o setor da construção civil decepcionou e os papéis da FCC e Sacyr recuaram 2,2% e 1,6%, respectivamente.

Já a Bolsa de Milão fechou estável, aos 17.805,73 pontos. Na semana, a queda foi de 1,84%. A companhia de infraestrutura, Snam, teve uma das melhores performances da sessão e as ações fecharam com alta de 2,7%. Em Frankfurt, o índice DAX perdeu 0,12% no pregão e fechou aos 9.006,46 pontos, com queda semanal de 1,81%. As ações da RWE caíram 1,4%, repercutindo um rebaixamento pelo Goldman Sachs. Os papéis do Deutsche Boerse também registraram queda, a 1,4%, assim como o Commerzbank, que recuou 1%.

Na França, a queda na Bolsa de Paris foi de 0,23%, aos 4.059,71 pontos, acompanhando a perda de 1,69% na semana. As ações da Sanofi caíram 1,8%, enquanto a AXA registrou ganhos de 2,5% nos país.

Fora do índice CAC40, as ações da Peugeot perderam 12% depois que a General Motors anunciou ontem a venda de 7% na participação de capital da companhia. Já os papéis da Vivendi subiram 0,3%, depois que a companhia anunciou um novo presidente.

O índice FTSE, em Londres, teve leve queda de 0,08%, aos 6.439,96 pontos. Na semana, as perdas somaram 1,71%. O grupo RSA Insurance registrou o maior recuo da sessão, com as ações caindo 12,48%.

O chefe executivo da companhia, Simon Lee, deixou o cargo com a alegação de que os problemas na unidade irlandesa afetariam os ganhos em 2013. A Bolsa de Lisboa registrou as menores perdas na semana, com queda de 0,08%. Contudo, na sessão desta sexta-feira, registrou o maior recuo entre as bolsas da região, e caiu 0,46%, aos 6.349,00 pontos.

Com informações da Dow Jones Newswires. Atualizado às 16h15.

Acompanhe tudo sobre:Açõesbolsas-de-valoresCACDAXFTSEIndicadores econômicosMercado financeiro

Mais de Mercados

Escândalo de suborno nos EUA custa R$ 116 bilhões ao conglomerado Adani

Dividendos bilionários da Petrobras, pacote fiscal e cenário externo: assuntos que movem o mercado

Ação da Netfix tem potencial de subir até 13% com eventos ao vivo, diz BofA

BTG vê "ventos favoráveis" e volta recomendar compra da Klabin; ações sobem