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Maior gestora do mundo traça 2 cenários para os mercados em 2012

Black Rock divide as possibilidades em uma projeção um pouco otimista e outra em que quase tudo pode dar errado

EXAME.com (EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 6 de janeiro de 2012 às 05h12.

São Paulo – A maior gestora de recursos do mundo, a BlackRock, divulgou nesta semana as suas projeções para 2012. É um ano que dá continuidade à crise europeia e que pode trazer ainda mais riscos, como uma desaceleração da economia chinesa ou ainda uma guerra entre Israel e Irã. Há, como o próprio texto alerta, fatos que não foram analisados e que podem ser protagonistas.

Mas como o que sobra para os analistas é analisar o que é possível ser visto, eis que a equipe da BlackRock traçou dois cenários. Um é o da “Divergência”, com um otimismo moderado. O outro, contudo, assume a concretização dos piores eventos que podem ser esperados para o ano. É o da Nêmesis, a deusa grega que semeia a destruição e a vingança sobre o orgulho. Isso mesmo que você leu.

Divergência

Para a gestora, o mundo irá experimentar uma crescente divergência nos preços dos ativos e na economia entre os emergentes de rápido crescimento e o endividado mundo desenvolvido. “Sob o cenário da divergência, as economias emergentes (incluindo a China) irão liderar em termos de crescimento, enquanto os EUA seguem atrapalhados e a Europa se encaminha para uma recessão seguida de uma lenta recuperação em 2013”, diz o texto.

Os analistas admitem que a tese do descolamento do mundo emergente em relação ao desenvolvido é antiga. Mas por que 2012 seria diferente? “Vemos duas razões principais. A primeira é que os formadores de políticas dos mercados emergentes têm bastante espaço para um afrouxamento monetário e estímulo fiscal. Segundo, os ativos dos mercados emergentes não estão mais sobrevalorizados na comparação com o mundo desenvolvido segundo o padrão histórico”.


Além disso, existe uma importante tendência de longo prazo que sustenta o investimento nos mercados emergentes, destaca a Black Rock. “O risco está ficando menor. As economias estão menos dependentes das exportações e voláteis. Os orçamentos fiscais têm espaço para a expansão e possuem menos dívida”.

Nêmesis

Neste cenário quase tudo dá errado. “Se a crise europeia sair do controle, isso levaria a Europa para uma recessão profunda que poderia se espalhar para o restante do mundo, incluindo a China. O resultado não seria apenas a adição de problemas, mas a multiplicação”, ressalta o texto.

Face a este cenário sombrio, não demoraria muito para detonar a Nêmesis, afirma a gestora. Os formadores de política podem falhar na estabilização dos mercados de títulos e de crédito e levar os bancos a se desfazer dos ativos de risco em massa. “O mundo desenvolvido pode impor medidas de austeridade que culminem em recessões e inquietação social”.

Há ainda a chance de um demasiado foco na crise europeia. “Outros potenciais catalisadores para o desenvolvimento da Nêmesis incluem um ataque de Israel às instalações nucleares do Irã que levaria o preço do barril do petróleo para 150 dólares, um choque de crescimento na China devido ao erro em decisões políticas ou uma greve de compradores de títulos do Tesouro americano por conta de uma preocupação renovada com o curso da política fiscal”.

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