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Maior gestora de ativos do mundo reduz exposição a ações nos Estados Unidos

BlackRock favorece Treasuries em vez de ações em meio a caos tarifário, mas mantém postura otimista para o mercado americano no longo prazo

BlackRock reduz exposição a ações dos Estados Unidos por 3 meses (Toru Hanai/Reuters)

BlackRock reduz exposição a ações dos Estados Unidos por 3 meses (Toru Hanai/Reuters)

Juliana Alves
Juliana Alves

Repórter de mercados

Publicado em 8 de abril de 2025 às 15h28.

Última atualização em 8 de abril de 2025 às 15h36.

A BlackRock, maior gestora de ativos do mundo, está diminuindo sua exposição a ações dos Estados Unidos no curto prazo. Mas, no horizonte de longo prazo, mantém o otimismo.

“Adotamos uma postura cautelosa em um horizonte tático mais curto, de três meses”, escreveu Jean Boivin, chefe do BlackRock Institute, em nota divulgada ontem à noite. Ele alerta que a incerteza em relação às políticas tarifárias deve pesar sobre o crescimento e sobre o mercado acionário no curto prazo — e quanto mais essa incerteza elevada persistir, maior o potencial de danos.

A gestora de ativos optou por reduzir sua exposição a ações dos Estados Unidos de "acima da média” para "neutra" no horizonte de três meses e alocar mais recursos em Treasuries de curto prazo, que podem se beneficiar à medida que os investidores buscam refúgio da volatilidade. Em relação aos Treasuries de longo prazo, a BlackRock manteve a posição “abaixo da média”, dados os déficits persistentes dos EUA e a inflação alta.

A razão da cautela foi a pior queda dos ativos de risco na semana passada, a maior desde o choque da pandemia. As ações dos Estados Unidos despencaram e os rendimentos dos Treasuries de dez anos caíram, enquanto os de dois anos se recuperaram.

A BlackRock aguarda os resultados desta semana do índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) nos Estados Unidos para avaliar como a inflação está evoluindo antes da entrada em vigor de novas tarifas.

Para o longo prazo, porém, a gestora mantém uma visão otimista. “Acreditamos que as ações americanas podem recuperar sua liderança global, impulsionadas por megatendências como a inteligência artificial”, ponderam os analistas.

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