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Maior cervejaria do mundo, AB InBev cai 9% após ressaca em vendas no Brasil

Ações despencam 11% após volumes caírem 1,9% no trimestre; resultado no Brasil ficou 6 pontos abaixo do esperado

AB Inbev: empresa apresentou queda no consumo no Brasil e na China. (Divulgação/Divulgação)

AB Inbev: empresa apresentou queda no consumo no Brasil e na China. (Divulgação/Divulgação)

Estela Marconi
Estela Marconi

Freelancer

Publicado em 31 de julho de 2025 às 06h43.

Última atualização em 31 de julho de 2025 às 06h45.

As ações da AB InBev recuaram 11% nesta quinta-feira, 31, na maior queda diária desde março de 2020, após a companhia registrar uma queda de 1,9% no volume orgânico de vendas no segundo trimestre. O desempenho ficou abaixo das expectativas de Wall Street, puxado pela diminuição do consumo na China e no Brasil, os dois principais mercados do setor.

A queda nos papéis diminuiu € 10,2 bilhões (US$ 11,6 bilhões) do valor de mercado da empresa. Analistas do Citi já previam uma certa pressão sobre as ações, considerando a fraqueza nos volumes, especialmente na América Latina, além da ausência de novos programas de recompra. 

Desempenho decepciona no Brasil e na América do Sul

No Brasil, onde a Ambev, da AB InBev, controla marcas como Skol e Brahma, os volumes caíram 4,9% — sendo uma retração muito maior do que os 1,3% de alta projetados pelos analistas. A empresa reconheceu que ficou abaixo do desempenho geral do mercado e atribuiu parte do resultado ao mau tempo, de acordo com o site. O país continua sendo um desafio para o setor como um todo, considerando que a Heineken também tem demonstrado mais cautela com o comportamento do consumidor local.

Em geral, a América do Sul representou resultados frustrantes. Além disso, os volumes também vieram mais fracos que o esperado na Europa e no Oriente Médio. Apenas a América do Norte superou projeções, com leve alta de 0,3%, impulsionada pelos Estados Unidos e Canadá.

Na China, o consumo segue afetado por uma desaceleração econômica e pela redução de eventos corporativos, o que tem levado consumidores a trocar bares por consumo doméstico. Segundo a reportagem, a AB InBev também teve um desempenho inferior ao da concorrência local, mesmo com marcas fortes como Budweiser e Stella Artois.

“O grande tombo nos volumes veio principalmente do Brasil”, afirmou James Edwardes Jones, analista do RBC. Segundo ele, o bom desempenho na América do Norte “não foi suficiente para compensar as perdas em outras regiões”.

Empresa mantém projeção e aposta em novas frentes

Apesar do trimestre mais fraco, a AB InBev manteve sua previsão de crescimento entre 4% e 8% no Ebitda. No segundo trimestre, o indicador subiu 6,5%, para US$ 5,3 bilhões, superando as estimativas.

A companhia também destacou que a receita aumentou em 70% dos mercados em que atua e que, excluindo Brasil e China, os volumes cresceram 0,7%. Nos EUA, as marcas Michelob Ultra e Busch Light continuam ganhando espaço, assim como as linhas de cerveja sem álcool — segmento que cresceu um terço no trimestre. A Corona Zero quase dobrou de volume e novos produtos como Michelob Ultra Zero e Busch Light Apple foram lançados no mercado americano.

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