AB Inbev: empresa apresentou queda no consumo no Brasil e na China. (Divulgação/Divulgação)
Freelancer
Publicado em 31 de julho de 2025 às 06h43.
Última atualização em 31 de julho de 2025 às 06h45.
As ações da AB InBev recuaram 11% nesta quinta-feira, 31, na maior queda diária desde março de 2020, após a companhia registrar uma queda de 1,9% no volume orgânico de vendas no segundo trimestre. O desempenho ficou abaixo das expectativas de Wall Street, puxado pela diminuição do consumo na China e no Brasil, os dois principais mercados do setor.
A queda nos papéis diminuiu € 10,2 bilhões (US$ 11,6 bilhões) do valor de mercado da empresa. Analistas do Citi já previam uma certa pressão sobre as ações, considerando a fraqueza nos volumes, especialmente na América Latina, além da ausência de novos programas de recompra.
No Brasil, onde a Ambev, da AB InBev, controla marcas como Skol e Brahma, os volumes caíram 4,9% — sendo uma retração muito maior do que os 1,3% de alta projetados pelos analistas. A empresa reconheceu que ficou abaixo do desempenho geral do mercado e atribuiu parte do resultado ao mau tempo, de acordo com o site. O país continua sendo um desafio para o setor como um todo, considerando que a Heineken também tem demonstrado mais cautela com o comportamento do consumidor local.
Em geral, a América do Sul representou resultados frustrantes. Além disso, os volumes também vieram mais fracos que o esperado na Europa e no Oriente Médio. Apenas a América do Norte superou projeções, com leve alta de 0,3%, impulsionada pelos Estados Unidos e Canadá.
Na China, o consumo segue afetado por uma desaceleração econômica e pela redução de eventos corporativos, o que tem levado consumidores a trocar bares por consumo doméstico. Segundo a reportagem, a AB InBev também teve um desempenho inferior ao da concorrência local, mesmo com marcas fortes como Budweiser e Stella Artois.
“O grande tombo nos volumes veio principalmente do Brasil”, afirmou James Edwardes Jones, analista do RBC. Segundo ele, o bom desempenho na América do Norte “não foi suficiente para compensar as perdas em outras regiões”.
Apesar do trimestre mais fraco, a AB InBev manteve sua previsão de crescimento entre 4% e 8% no Ebitda. No segundo trimestre, o indicador subiu 6,5%, para US$ 5,3 bilhões, superando as estimativas.
A companhia também destacou que a receita aumentou em 70% dos mercados em que atua e que, excluindo Brasil e China, os volumes cresceram 0,7%. Nos EUA, as marcas Michelob Ultra e Busch Light continuam ganhando espaço, assim como as linhas de cerveja sem álcool — segmento que cresceu um terço no trimestre. A Corona Zero quase dobrou de volume e novos produtos como Michelob Ultra Zero e Busch Light Apple foram lançados no mercado americano.