Magazine Luiza: aumento de capital deve impulsionar investimentos em tecnologia (Magazine Luiza/Divulgação)
Repórter
Publicado em 24 de abril de 2024 às 16h26.
Última atualização em 24 de abril de 2024 às 16h42.
O Magazine Luiza (MGLU3) cai mais de 3% na bolsa nesta quarta-feira, 24, pouco antes do início da Assembleia Geral Ordinária (AGO) que debaterá, entre outros temas, o grupamento das ações da empresa. Mais cedo, os papéis chegaram a recuar 5,5% ao serem negociados a R$ 1,36 — o menor patamar do ano. Na semana, a queda é próxima de 10%. As ações do Magazine Luiza caíram 37% no ano e 95% desde a máxima do papel, em novembro de 2020.
O grupamento debatido em AGO será na proporção de 10 para 1. A operação distanciaria o Magazine Luiza da casa dos centavos, tendo em vista que, pelas regras da B3, uma ação não pode ser negociada abaixo de R$ 1 por mais de trinta pregões seguidos. Esta é a primeira vez desde novembro em que a companhia está tão próxima de ser negociado nesse patamar.
Marcelo Boragini, sócio e especialista em renda variável da Davos Investimentos, acredita que o grupamento deverá ajudar a reduzir a volatilidade do papel. "É um esforço para mitigar os efeitos das incertezas econômicas atuais", diz em nota.
As quedas recentes das ações do Magazine Luiza teve como pano de fundo a piora das projeções no boletim Focus para a inflação brasileira, além da perspectiva de que o ciclo de queda de juros será mais brando que o esperado anteriormente. A companhia esteve entre as mais afetadas pelas altas de juros, dado a maior elasticidade de sua demanda.
Mas preocupações microeconômicas, especialmente em relação ao ambiente concorrencial, também tem afetado o preço das ações. Analistas do BTG Pactual (mesmo grupo controlador da Exame) também ressaltam em relatório que a empresa tem sofrido com o alto custo de financiamento para desconto de recebíveis.
A avaliação da casa é de que o preço da ação está atrativo, mas não há nenhuma perspectiva de a companhia voltar a valer como antes. O preço-alvo do BTG paga o Magalu foi recentemente rebaixado de R$ 6 para R$ 4. O upside, portanto, seria de quase 200% em relação à cotação atual, mas ainda 85% abaixo da máxima histórica da ação.