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M.Dias Branco recua após BofA rebaixar ações; Camil avança quase 4%

Empresas do setor de alimentação negociam em descompasso com analistas demonstrando expectativas para cada empresa

Alta do trigo é uma das causas da queda das ações da M. Dias Branco (David Gray/Reuters)

Alta do trigo é uma das causas da queda das ações da M. Dias Branco (David Gray/Reuters)

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Beatriz Quesada

Publicado em 13 de abril de 2021 às 16h03.

O Bank of America (BofA) reduziu nesta terça-feira, 13, o preço-alvo para M. Dias Branco (MDIA3) de 39 reais para 27 reais, mantendo recomendação de venda. Fora do Ibovespa, as ações da companhia recuam quase 3% por volta das 15h45.

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A justificativa do banco é de que o Ebitda da companhia – métrica para avaliar lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortização – diminui enquanto os custos de matéria-prima aumentaram, principalmente do trigo. Vale lembrar que biscoitos e massas são o ponto forte da empresa. 

“O preço das ações caiu 44% desde o final de 2017, ficando abaixo do Ibovespa em quase 100% no mesmo período. Acreditamos que as margens têm espaço para se recuperar para [cerca de] 15% nos próximos anos, mas, enquanto isso, 2021 parece mais um ‘ano perdido’, já que as pressões de custo permanecem e os volumes devem diminuir”, avaliam os analistas em relatório.

Bruna Sene, analista da Nova Futura Investimentos, reforça que a negociação em terreno negativo não é novidade. “As ações da M. Dias Branco caíram hoje, mas a tendência mais longa é de queda. É um movimento que vem desde 2018. O preço de 27,8 é uma nova região de suporte para o papel”, afirma. Fora do Ibovespa, as ações eram negociadas a 28,84 às 15h45.

Já a concorrente Camil (CAML3), especializada em arroz e feijão, avançou mais de 4% na máxima do dia. Para Simone Pasianotto, economista-chefe da Reag Investimentos, os movimentos, no entanto, não estão relacionados.

“A M. Dias Branco está refém do trigo importado e também é pressionada pelo fortalecimento do dólar ante o real. Não há correlação linear com a alta da Camil”, explica. 

Pasianotto afirma que o resultado da Camil pode ser explicado por dois fatores: o ciclo favorável para as commodities e o fato de que o consenso de mercado tem andado otimista em relação à empresa.

Para a economista, existe muita ansiedade à espera da divulgação dos resultados do 1º trimestre de 2021 que será apresentado no início de maio. Os analistas de mercado estimam preço-alvo da Camil entre 12 reais e 13 reais, com recomendação neutra, enquanto as projeções de receita divergem. Atualmente a ação é negociada em torno de 10 reais.

“Vale ressaltar que as ações da Camil estão sendo negociadas a 6 vezes o múltiplo [métrica de avaliação] entre valor da empresa e Ebitda (EV/Ebitda) nos próximos 12 meses, resultado bastante alinhado com o patamar histórico. Assim, investidores estão apostando que ainda há espaço para ganhos, com a cotação hoje em 10,5 reais à expectativa do superciclo de commodities e dos próximos resultados”, avalia.

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