Fábrica da Lupatech: a empresa, que deixou de fazer pagamentos dos títulos locais três vezes este ano, tem US$ 14 milhões em pagamento de juros a vencer nos próximos quatro meses (Germano Lüders/EXAME)
Da Redação
Publicado em 12 de dezembro de 2012 às 07h36.
São Paulo - Os títulos da Lupatech SA se tornaram os de menor preço do País diante da dependência da empresa em relação à Petróleo Brasilero SA depois que a estatal decidiu cortar custos e tenta tomar as concessões de seus fornecedores para isso.
Os US$ 275 milhões em títulos da emissão da Lupatech, que nunca têm de ser resgatados, perderam 30,1 centavos desde o final de outubro para o recorde de 23 centavos de dólar em 7 de dezembro.
Esse é o mais baixo preço de qualquer dívida brasileira emitida em dólar por empresa não-inadimplente, de acordo com dados da Bloomberg. Papéis de mercados emergentes que têm o mesmo rating CCC da Lupatech pela Standard & Poor’s, nota que indica que eles são “vulneráveis a não pagamento”, caíram 4,83 centavos no mesmo período, para 73,35 centavos de dólar, mostram dados do Bank of America Corp.
A queda indica que os investidores estão forçando para que a Lupatech reestruture sua dívida em meio à tentativa da Petrobras de reduzir seus custos em até US$ 7,2 bilhões, o que corrói a receita da empresa de serviços de petróleo de 32 anos, acentuando sua falta de recursos, disse a BCP Securities LLC.
A Lupatech, que deixou de fazer pagamentos dos títulos locais três vezes este ano, tem US$ 14 milhões em pagamento de juros a vencer nos próximos quatro meses, mais do que tinha disponível em caixa no final de setembro.
“Eles já estão no território do C e os investidores estão de olho em uma possível piora do cenário”, disse Gianna Bern, ex-diretora da Fitch Ratings que hoje preside a Brookshire Advisory and Research, em entrevista por telefone de Chicago. “Quando a Petrobras mira o corte de custos, invariavelmente isso vai ter impacto em empresas como a Lupatech.”
A Lupatech, sediada em Caxias do Sul, disse em resposta por e-mail que nunca deixou de fazer pagamento de sua dívida em dólares. A empresa se recusou a comentar o desempenho dos títulos.