Os títulos perpétuos despencaram no mercado internacional, levando o rendimento a uma alta de 297 pontos-base para 23,51 por cento às 11:44, segundo dados da Trace (Germano Lüders/EXAME)
Da Redação
Publicado em 23 de novembro de 2011 às 13h22.
São Paulo - A Lupatech SA solicitou aos detentores de seus títulos perpétuos mudanças nos covenants dos papéis diante da perspectiva de venda de ativos da companhia, provocando reações negativas nos mercados de títulos e ações.
O período para aprovação da solicitação começa hoje e está previsto para terminar em 13 de dezembro às 17:00 no horário de Nova York, segundo comunicado distribuído hoje pela Lupatech através do serviço PR Newswire.
Os detentores que concordarem com as mudanças dentro do prazo vão receber pagamento em dinheiro de US$ 2,50 a cada US$ 2.000 em títulos detidos, segundo o comunicado. O Bank of America Merrill Lynch é o agente da solicitação.
A fornecedora de equipamentos e serviços para exploração de petróleo disse em 13 de outubro que quer vender a Steelinject Injeção de Aços Ltda. para a Forjas Taurus SA por R$ 14 milhões. A Steelinject é uma das garantidoras dos bonds, cuja emissão soma US$ 275 milhões, segundo o comunicado.
Os títulos perpétuos despencaram no mercado internacional, levando o rendimento a 23,508 por cento às 13:06, segundo dados da Trace. A ação da companhia recuava 9,5 por cento para R$ 5,23. No ano até o fechamento de ontem, o papel acumulava baixa de 70 por cento, ante a perda de 19 por cento do Ibovespa.
Situação crítica
O presidente da Lupatech, Alexandre Monteiro, disse em 11 de novembro que a Fundação Petrobras de Seguridade Social - Petros, fundo de pensão dos funcionários do maior cliente da empresa, a Petróleo Brasileiro SA, vai emprestar R$ 60 milhões para ajudar no pagamento da dívida da companhia.
“Acreditamos que a situação chegou a um ponto crítico”, disseram os analistas Auro Rozenbaum e Bruno Varella, do Banco Bradesco SA, em relatório enviado hoje a clientes. “Mesmo que o empréstimo de R$ 60 milhões resolva a situação no curtíssimo prazo, não é suficiente para garantir a solvência da companhia.”
A dívida de longo prazo de R$ 433,6 milhões da companhia representava 28 por cento dos ativos totais ao final do terceiro trimestre, segundo dados da Bloomberg.