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Lula 'fortalecido', IPCA, discurso de Powell, novo plano da China e o que mais move o mercado

Sinalizações de que juro americano poderá superar 5% mantém cautela entre investidores, que aguardam por pistas de Powell

Lula com governadores e membros do STF na noite de segunda-feira, 9 (Mateus Bonomi/Anadolu Agency via/Getty Images)

Lula com governadores e membros do STF na noite de segunda-feira, 9 (Mateus Bonomi/Anadolu Agency via/Getty Images)

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Guilherme Guilherme

Publicado em 10 de janeiro de 2023 às 08h01.

Última atualização em 10 de janeiro de 2023 às 08h13.

O mercado internacional opera em queda na manhã desta terça-feira, 10, em continuidade às perdas desencadeadas por sinalizações de uma política mais dura do Federal Reserve. Principais índices dos Estados Unidos, que iniciaram o último pregão em alta, fecharam em queda na segunda-feira, 9. A reação negativa veio após a possibilidade de os juros americanos saltarem para acima de 5% ser sondada pelos presidentes do Fed de Atlanta, Raphael Bostic, pela de São Franscisco Mary Daly.

Powell com a palavra

As indicações foram em direção oposta a crença majoritária do mercado, de que os 5% serão o limite para a alta de juros do Fed, atualmente no intervalo entre 4,25% e 4,50%. Novos indícios de para onde vai a taxa de juros dos Estados Unidos podem ser dados nesta terça, em discurso do presidente do Fed, Jereome Powell, em evento na Suécia sobre a independência de bancos centrais.

O discurso será o primeiro de Powell após os dados mistos do payroll de sexta-feira, 6, que mostraram uma maior oferta de empregos, mas uma pressão menor que a esperada para os salários por hora trabalhada.

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Desempenho dos indicadores às 8h (de Brasília):

  • Dow Jones futuro (Nova York): - 0,28%
  • S&P 500 futuro (Nova York): - 0,15%
  • Nasdaq futuro (Nova York): - 0,03%
  • FTSE 100 (Londres): - 0,26%
  • DAX (Frankfurt): - 0,51%
  • CAC 40 (Paris): - 0,77%
  • Hang Seng (Hong Kong)*: - 0,27%

Virada diplomática da China?

No radar de investidores estrangeiros também estão sinalizações de que o presidente da China, Xi Jinping, busca reestruturar relações com países do Ocidente. Reportagem do Financial Times desta terça, com fontes anônimas do goveno chinês, revelou que o país quer se afastar da Rússia, com quem tem fortes relações bilaterais, mirando uma maior diplomacia com países da Europa.

Reforçando os sinais de que o país busca uma relação mais amigável com o Ocidente, a China rebaixou Zhao Lijian, ex-ministro de Relações Exteriores, para chefiar o Departamento de Fronteiras e Assuntos Oceânicos. Zhao Lijian era conhecido como campo diplomático como o "Lobo de Guerra" de Xi Jinping. A China também suavizou, recentemente, as proibições sobre o carvão da Austrália, aliada histórica de países ocidentais. 

A melhora das relações diplomáticas da China e uma eventual aceleração da economia local poderia beneficiar o Brasil, que tem o país asiático como seu principal parceiro comercial. Apesar de todo o noticiário internacional, o cenário político ainda fala mais alto no mercado brasileiro.

Ataques golpistas fortalecem Lula

Após a unidade de entidades e políticos contra os ataques de bolsonaristas radicais em Brasília, a avaliação do mercado foi de que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva saiu fortalecido dos eventos do fim de semana.

Na última noite, Lula se reuniu em gesto simbólico com representantes do Legislativo e Judiciário, além de todos os governadores estaduais, inclusive do de São Paulo, Tarcício de Freitas, ex-ministro de Jair Bolsonaro. Também houve manifestações de apoio á democracia em diversas regiões do país. No pregão de ontem, a bolsa fechou em leve alta, com o apoio unânime de políticos apagando qualquer possibilidade de uma crise.

Nesta terça, o Senado deve se reunir para aprovar o decreto de Lula que autoriza a intervenção federal na segurança pública do Distrito Federal. O decreto já foi aprovado em gesto simbólico, ontem, pela Câmara.

IPCA de 2022

Além das movimentações políticas, investidores devem repercutir nesta terça a divulgação do IPCA de dezembro. O consenso é de que a inflação mensal fique em 0,45%, com o IPCA encerrando 2022 em 5,60%. Caso confirmadas as expectativas, o Banco Central deverá justificar em carta à Fazenda os motivos por não ter alcançado a meta de inflação para o ano, que era de 3,25%, com uma banda de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo.

"Avaliamos que a autoridade usará o choque nos preços de alimentos como principal justificativa, seguido de bens industriais. Os drivers externos deverão nortear a carta, com destaque para a guerra entre Rússia e Ucrania, bem como para a perspectiva de austeridade monetária global, mantendo o câmbio pressionado por aqui", comentou em nota Étore Sanchez, economista-chefe da Ativa.

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