Luiz Fernando Figueiredo, CEO e sócio-fundador da Mauá (Mauá/Divulgação)
Guilherme Guilherme
Publicado em 31 de maio de 2022 às 07h05.
Última atualização em 31 de maio de 2022 às 07h44.
Luiz Fernando Figueiredo, CEO e sócio-fundador da Mauá, descartou a possibilidade de retornar à indústria de fundos líquidos, como multimercado ou de ações, após a fusão de sua gestora com a Jive.
“Nós chegamos a conversar sobre a possibilidade, mas entendemos que o mundo dos ativos líquidos não gera tanto valor quanto os alternativos”, afirmou Luiz Fernando Figueiredo, em entrevista a EXAME Invest. “Basta olhar para os valores de mercado da BlackRock e BlackStone.”
A BlackRock, referência na indústria de ativos líquidos com US$ 10 trilhões sob gestão, tem US$ 100 bilhões de valor de mercado, enquanto a BlackStone, que gere cerca de US$ 900 bilhões em alternativos, vale quase US$ 150 bilhões.
Para Figueiredo, em todo o mundo, os investimentos alternativos geram mais valor. Ele destaca que a Mauá fazia gestão de ativos líquidos, mas foi para os alternativos com esta ideia.
Dívidas, precatórios, participação em empresas de capital fechado, imóveis e até financiamento de projetos podem ser classificados como ativos alternativos -- mas esse universo vai muito além disso. "São qualquer um que exija esforço extra para encontrar, administrar, comprar ou vender”, costuma dizer Guilherme Ferreira, sócio da Jive.
A Jive-Mauá, formada pela fusão entre duas das maiores gestoras do país, terá 360 funcionários e R$ 13 bilhões sob patrimônio – se firmando como a principal do ramo de ativos alternativos do país. A operação foi anunciada neste mês de maio. Luiz Fernando Figueiredo, que já foi diretor de política monetária do Banco Central, assumirá a presidência do Conselho de Administração da gestora e terá atuação ativa na estratégia de negócios.
Na mira da Jive-Mauá estão projetos de infraestrutura. Guilherme Ferreira afirmou que trata-se de uma das primeiras grandes oportunidades, com a possibilidade de pagar outorgas por meio de precatórios, que é uma área em que a Jive opera há anos. "Então, conseguimos trazer uma moeda de troca que custa menos para nós do que talvez custe para outros concorrentes do mesmo projeto."
Ferreira contou ainda que segue em análise a forma como os novos investimento serão estruturados, seja por FIP, FIDC, debêntures ou por outro tipo de instrumento.
“Há espaço para fazer muita coisa. Mas o mais importante é entender onde está a demanda por capital. Temos flexibilidade e expertise com diferentes veículos de investimento para buscar capital pelo mais eficiente e com mais aderência ao mercado", finalizou.