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Lucro do Itaú Unibanco salta no 2o tri, mas ações caem

São Paulo - O maior banco privado do país, Itaú Unibanco, anunciou nesta terça-feira um salto de 35,8 por cento no lucro líquido recorrente do segundo trimestre, praticamente em linha com o esperado por analistas. A instituição encerrou o segundo trimestre com ganho recorrente de 3,298 bilhões de reais, ante 2,429 bilhões um ano antes […]

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Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 04h11.

São Paulo - O maior banco privado do país, Itaú Unibanco, anunciou nesta terça-feira um salto de 35,8 por cento no lucro líquido recorrente do segundo trimestre, praticamente em linha com o esperado por analistas.

A instituição encerrou o segundo trimestre com ganho recorrente de 3,298 bilhões de reais, ante 2,429 bilhões um ano antes e uma média de sete previsões de analistas obtida pela Reuters de 3,206 bilhões.

Apesar disso, as ações da instituição caíam 2,6 por cento às 13h52, acima do nível de queda de seus pares, enquanto o Ibovespa mostrava baixa de 0,5 por cento.

A carteira de crédito total do grupo fechou o trimestre passado em 296,19 bilhões de reais, avanço anual de 11,4 por cento, abaixo do crescimento apresentado por rivais.

Na avaliação do diretor de controladoria do Itaú Unibanco, Rogério Calderon, o desempenho se deu por conta de um peso maior da carteira de empréstimos a grandes empresas em relação ao restante do mercado. Nessa linha, houve queda de 1,3 por cento na comparação anual.

"O mercado de capitais está bastante aquecido, então as grandes empresas certamente vão usar recursos que estiverem melhores", disse o executivo durante teleconferência sobre os resultados com jornalistas. Ele não descartou novas quedas na carteira de grandes empresas no restante do ano diante do cenário positivo do mercado de capitais.

Apesar da queda no segmento corporativo, os financiamentos ao varejo e a micro, pequenas e médias empresas, avançaram.

Em automóveis, a carteira do banco cresceu 11,2 por cento no período, para 55,1 bilhões de reais, enquanto em cartões de crédito houve alta de 21,9 por cento, para 29,62 bilhões.

No segmento de pequenas empresas, o crescimento foi ainda mais expressivo, de 26,3 por cento, para 68,6 bilhões.

"O grande vetor de crescimento está nas micro, pequenas e médias empresas e na economia de consumo em geral", disse Calderon.

Diante deste cenário, o banco prevê abrir 150 novas agências até o final do ano, todas as quais "já estão em obras", afirmou o executivo.


Previsões mantidas

A alta anual na carteira de crédito do Itaú Unibanco excluindo grandes empresas foi de 18,8 por cento em junho, dentro da expectativa da instituição, de expansão de 18 a 23 por cento, disse Calderon. Ele acrescentou que o desempenho mostrado até agora não motiva mudanças na expectativa do grupo de incremento da carteira dentro dessa variação em 2010.

Na semana passada, Bradesco e Santander Brasil anunciaram crescimento em seus lucros de segundo trimestre acima do esperado pelo mercado, puxados por aumento nos financiamentos e queda nas provisões para perdas com crédito.

No caso do Itaú, as despesas com reservas para perdas com financiamentos caíram para 4,02 bilhões de reais no segundo trimestre, contra 4,252 bilhões de reais um ano antes.

O índice de inadimplência de operações vencidas há mais de 90 dias encerrou junho em 4,6 por cento, ante 5,4 por cento um ano antes.

Segundo Calderon, esse índice de 4,6 por cento deve se manter no restante do ano, apesar de já estar havendo "alguns indícios de um ligeiro aumento". Isso ocorre apesar da economia brasileira se manter num ritmo "bastante aquecido", disse ele sem dar mais detalhes.

O banco encerrou o segundo trimestre com um índice de retorno recorrente sobre patrimônio líquido médio, importante indicador da rentabilidade de uma instituição financeira, de 24,4 por cento, acima dos 21,1 por cento em igual período de 2009. No semestre, a taxa cresceu de 22 para 24,4 por cento.

Sobre perspectiva de expansão internacional, o executivo reiterou que o porte assumido pelo grupo no Brasil após a fusão torna "natural uma vocação no banco para sua internacionalização". Com isso, entre os mercados considerados atraentes pelo banco estão os latino-americanos, "que têm se mostrado as melhores opções para o nosso caminho lá fora", disse Calderon, sem dar mais detalhes.

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