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Lucro do Bradesco cai 21,2% no acumulado de 2023, para R$ 16,3 bilhões

No quarto trimestre, banco registrou R$ 2,87 bi de lucro, alta anual de 80,4%

Bradesco: lucro do banco sobe 80,4% no 4º trimestre, mas fica abaixo das expectativas (Eduardo Frazão/Exame)

Bradesco: lucro do banco sobe 80,4% no 4º trimestre, mas fica abaixo das expectativas (Eduardo Frazão/Exame)

Beatriz Quesada
Beatriz Quesada

Repórter de Invest

Publicado em 7 de fevereiro de 2024 às 06h58.

Última atualização em 7 de fevereiro de 2024 às 12h14.

O Bradesco (BBDC4) teve um lucro líquido recorrente de R$ 2,878 bilhões no quarto trimestre de 2023, alta de 80,4% na comparação anual. Vale lembrar que, no último trimestre de 2022, o banco teve o balanço impactado pelas previsões para o caso Americanas, o que afeta a base de comparação. Frente ao terceiro trimestre, no entanto, o lucro da empresa caiu 37,7%. 

No acumulado do ano, o Bradesco registrou um lucro de R$ 16,3 bilhões, queda anual de 21,2%. Segundo o banco, o principal impacto veio das provisões para devedores duvidosos (PDD) e da e contração da margem financeira com clientes. 

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O retorno sobre patrimônio líquido (ROE) do Bradesco, que indica a capacidade do banco de rentabilizar seu capital, ficou em 6,9%, baixa de 4,4 pontos percentuais (p.p.) frente ao mesmo período do ano anterior. Em comparação anual, o ROE subiu 4 p.p.. Porém, considerando o indicador normalizado sem o efeito do calote da Americanas, o ROE do banco teria caído 3,4 p.p. em base anual.

A margem financeira total foi de R$ 16,13 bilhões, queda de 3,3% na comparação anual e alta de 1,7% na trimestral. 

Já as receitas de prestação de serviços atingiram R$ 9,03 bilhões, queda de 2,4% frente ao mesmo período de 2022 e recuo de 0,9% contra o trimestre passado.

Crédito, inadimplência e PDD

A carteira de crédito expandida do banco chegou aos R$ 877,3 bilhões, baixa de 1,6% em 12 meses e estabilidade na comparação trimestral. 

O índice de inadimplência acima de 90 dias, grande desafio do banco nos últimos resultados, caiu para 5,1% – melhora de 0,5 p.p. contra o terceiro trimestre do ano passado. 

Já as provisões com devedores duvidosos subiram 14,5% na comparação anual, para R$ 10,45 bilhões. Na PDD, houve provisão para dois grandes clientes do atacado -- o banco não citou nomes, mas não se trata da Americanas. O caso da varejista já foi completamente provisionado. Na comparação anual, a PDD mostrou queda de 29,3%.

“O ano de 2023 foi desafiador, mas iniciativas de ajuste que implementamos já começaram a mostrar efeitos positivos. A inadimplência começou a cair e reaceleramos a originação de crédito no varejo”, indicou, em comunicado, Marcelo Noronha, novo CEO no Bradesco. Noronha assumiu no final do ano passado, em meio a uma maré de resultados fracos do banco.

Projeções para 2024

Em 2023, o Bradesco ficou abaixo de quase todos os indicadores fornecidos em seu conjunto de projeções oficiais (guidance). Carteira de crédito, margem financeira e receita de prestações de serviços vieram aquém do esperado, enquanto despesas operacionais e PDD ficaram no limite da margem fornecida.

Para este ano, no entanto, a expectativa do banco é de recuperação. “Agora, o Bradesco começa a executar um novo plano de iniciativas, que não tem paralelo na história do banco”, afirmou em nota o novo CEO.

O banco forneceu para 2024 um guidance ainda mais ambicioso que o de 2023 em relação à carteira de crédito. “Considerando a qualidade das novas safras, vemos espaço para continuar expandindo a originação”, destacou.

Guidance do Bradesco fornecido para 2024/ Divulgação

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