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Lucro da Meta supera (com folga) consenso para o 3º tri, mas balanço não empolga investidores

Ações caem mais de 2% após divulgação do resultado, pressionadas por preocupações com custos e perdas na divisão Reality Labs

Mark Zuckerberg, CEO da Meta: "Meta AI está a caminho de ser o assistente de inteligência artificial mais usado no mundo até o final do ano" (JOSH EDELSON/Getty Images)

Mark Zuckerberg, CEO da Meta: "Meta AI está a caminho de ser o assistente de inteligência artificial mais usado no mundo até o final do ano" (JOSH EDELSON/Getty Images)

Publicado em 30 de outubro de 2024 às 18h48.

Última atualização em 30 de outubro de 2024 às 21h54.

O lucro da gigante das redes sociais Meta Platforms atingiu US$ 15,69 bilhões no terceiro trimestre, 35% acima do registrado no mesmo período do ano passado. O lucro por ação chegou a US$ 6,03, superando o consenso de mercado em 15%. Apesar do resultado acima das expectativas, as ações da companhia foram negociadas em queda de mais de 2% no pós-mercado desta quarta-feira, 30, após a divulgação do balanço.

No mesmo período, a receita da Meta cresceu 19%, atingindo US$ 40,59 bilhões, em linha com as previsões dos analistas. O desempenho foi impulsionado pelo avanço nas iniciativas de inteligência artificial (IA), que têm se mostrado estratégicas para a empresa. A Meta destacou o aumento da adoção do Meta AI e do LLaMA, suas plataformas de IA generativa. Além disso, o uso de IA em suas ferramentas de publicidade melhorou a segmentação de anúncios, contribuindo para um aumento de 11% no preço médio por anúncio e de 7% nas impressões.

Mark Zuckerberg, fundador e CEO da Meta, comentou: "Tivemos um trimestre forte, e a Meta AI está a caminho de ser o assistente de inteligência artificial mais usado no mundo até o final do ano." Ele também ressaltou o lançamento do primeiro modelo de IA de código aberto em nível de fronteira e destacou o progresso com os óculos Ray-Ban Meta AI.

Para o quarto trimestre, a Meta projeta uma receita entre US$ 45 bilhões e US$ 48 bilhões, mantendo expectativas de crescimento apoiadas em suas estratégias de IA, que estão moldando a próxima fase de inovação da empresa, tanto no aprimoramento da experiência do usuário quanto na eficiência operacional.

Apesar da reação comedida das ações nesta quarta-feira, a Meta permanece entre as empresas mais bem posicionadas para surfar o boom da inteligência artificial, graças a seus investimentos contínuos em IA generativa. Desde o início de 2024, as ações da companhia já acumulam uma alta expressiva de 51,8%.

Fatores de cautela

Além da forte alta acumulada de 51,8% desde o início do ano, que elevou significativamente as expectativas dos investidores em relação aos resultados da Meta, alguns fatores pesaram negativamente no sentimento do mercado.

Entre esses fatores estão o aumento das despesas de capital, que subira 18% para US$ 9,2 bilhões no trimestre, impulsionadas pelos pesados investimentos em inteligência artificial e na unidade de hardware Reality Labs. Essa divisão, responsável por produtos como o headset Meta Quest e os óculos de realidade aumentada Orion, registrou uma perda operacional de US$ 4,4 bilhões. A continuidade das perdas nessa unidade deve se manter até o fim do ano, segundo a CFO Susan Li , o que reforçou as dúvidas sobre a capacidade da Meta de equilibrar inovação com rentabilidade a curto prazo.

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