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Lucro da BYD despenca 30% no 2º tri e ações caem 8% em Hong Kong

Apesar da expansão internacional, fabricante chinesa de carros elétricos sofre com guerra de preços no mercado doméstico

BYD: montadora reduz meta anual de vendas em até 16% em meio a guerra de preços (BYD/Divulgação)

BYD: montadora reduz meta anual de vendas em até 16% em meio a guerra de preços (BYD/Divulgação)

Publicado em 1 de setembro de 2025 às 07h39.

Última atualização em 1 de setembro de 2025 às 07h40.

As ações da BYD caíram quase 8% nesta segunda-feira, 1º, na bolsa de Hong Kong, após a fabricante chinesa de veículos elétricos divulgar uma forte queda no lucro do segundo trimestre.

A montadora reportou ganho líquido de 6,36 bilhões de yuans (US$ 891 milhões) entre abril e junho, 30% abaixo do resultado de um ano antes, segundo dados da LSEG.

O desempenho reflete o impacto de uma nova rodada de descontos agressivos no setor automotivo chinês. Em relatório semestral, a companhia afirmou que a “concorrência de preços e as recorrentes campanhas de marketing excessivas” têm prejudicado o desenvolvimento da indústria de veículos elétricos no país.

Mesmo com a pressão sobre as margens, o faturamento trimestral da BYD avançou 14% em relação a 2024, para 201 bilhões de yuans, apoiada principalmente na expansão internacional.

No acumulado do primeiro semestre, o lucro líquido somou 15,5 bilhões de yuans, alta de quase 14%, enquanto a receita cresceu 23%, para 371,3 bilhões de yuans.

Pressão nos preços

Segundo a Nomura, os preços médios dos carros vendidos na China recuaram cerca de 19% nos últimos dois anos, para aproximadamente 165 mil yuans (US$ 22,9 mil). Em maio, autoridades chinesas chegaram a advertir montadoras de que puniriam práticas de corte de preços considerados injustos.

Para mitigar a concorrência doméstica, a BYD vem ampliando sua presença global. A companhia abriu showrooms na Europa e lançou modelos a preços competitivos nos últimos dois anos.

Em julho, registrou mais de 13 mil novos emplacamentos no continente, alta de 225% em relação a 2024, segundo a Associação Europeia de Fabricantes de Automóveis.

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