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Leilão para OPA da Redecard deve sair até agosto

O preço que o Itaú vai pagar pela ação é de R$ 35

Roberto Setubal: "com o passar do tempo, gerir a Redecard como está, é cada vez mais complicado para o Itaú" (Fabiano Accorsi/EXAME.com)

Roberto Setubal: "com o passar do tempo, gerir a Redecard como está, é cada vez mais complicado para o Itaú" (Fabiano Accorsi/EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 16 de abril de 2012 às 11h42.

São Paulo - O leilão para o fechamento de capital da Redecard, empresa credenciadora de lojistas para bandeiras de cartões de crédito, deve ser realizado em julho ou agosto, segundo informou nesta segunda-feira o presidente executivo do Itaú, Roberto Egydio Setubal, durante teleconferência com analistas, investidores e jornalistas tratando da operação. O preço que o Itaú vai pagar pela ação é de R$ 35. Para a operação ser concretizada é necessário a adesão de pelo menos dois terços dos acionistas minoritários.

Para Setubal, o maior ativo da Redecard era a exclusividade com a bandeira MasterCard, perdida em julho de 2010 com abertura do mercado a novos competidores. Esse fato, destaca o executivo, redefine o mercado de credenciamento. Setubal avalia que, nesse novo cenário, "com o passar do tempo, gerir a Redecard como está, é cada vez mais complicado para o Itaú."

Na teleconferência, Setubal afirmou que se a OPA não for bem-sucedida, a empresa segue listada no Novo Mercado. No começo da operação, o banco ameaçou retirar a empresa do segmento. "No início, não tínhamos claro qual seria o nível de importância disso. Confesso que fiquei surpreso com a reação contrária (a tirar a empresa do Novo Mercado)", disse.

O executivo também destacou que o Itaú pode redefinir sua relação comercial com a Redecard, descartando a possibilidade de até deixar de ser o acionista controlador da empresa. Setubal destacou que o banco quer maior integração da empresa, inclusive para evitar conflitos de interesse.

Margens

Para o presidente executivo do Itaú, mais empresas deverão se instalar no mercado de credenciamento, concorrendo com a Redecard e a Cielo. Com isso, as tendência para as margens do segmento é de queda. "Haverá pressão crescente de margens e maior competição", disse.

Construir uma empresa de credenciamento, disse Setúbal, é um processo longo, que demora de 18 a 24 meses. Por isso, desde a abertura deste mercado a novos competidores, em julho de 2010, ainda não houve tempo suficiente para novos competidores se estabelecerem. "Os retornos atuais são insustentáveis", disse, destacando que o retorno sobre patrimônio (ROE) da Redecard é de quase 100%. Para efeito de comparação, nos bancos a média é de 20%.

A Hipercard, bandeira do Itaú para a baixa renda, pode vir a ser um adquirente, de acordo com Setubal. Hoje, a empresa emite cartões e faz credenciamento. "Hoje a Hipercard está dormente. Ela pode também adquirir outras bandeiras", destacou.

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