KPMG: segundo a decisão da CVM, há evidências de conflito de interesses (Getty Images)
Da Redação
Publicado em 5 de fevereiro de 2015 às 18h17.
Rio - A KPMG e Francesco Luigi Celso, sócio e responsável técnico da consultoria de auditoria, pagarão R$ 650 mil à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) para extinguir um processo sancionador contra sua conduta ao emitir parecer sobre as demonstrações financeiras de 31/12/2007 de três fundos de investimento.
Luigi Celso ainda terá que deixar de exercer, por dois anos, a função de responsável técnico da KPMG em auditorias de companhias abertas e entidades integrantes do mercado de valores mobiliários.
A proposta de Termo de Compromisso foi aprovada pelo Colegiado da CVM em 23 de dezembro, mas foi divulgada pela autarquia somente nesta quinta-feira, 05.
Os fundos envolvidos no caso são o Diamante Fundo de Investimento Multimercado Crédito Privado, o Coopmútuo Fundo de Investimento Multimercado Crédito Privado e o Bancoob Capital Fundo de Investimento Multimercado, geridos e administrados pela Bancoob Administração e Gestão de Recursos (AGR).
Segundo a decisão da CVM, há evidências de conflito de interesses "no processo de precificação das opções de juros e de dólar, cujo procedimento estava sob a responsabilidade da própria área de gestão da AGR que também era a responsável pela negociação dos referidos derivativos".
"Não foram efetuados testes nos controles internos pelos auditores porque a contratação ocorrera em data posterior ao encerramento do exercício, o que teria demandado trabalho baseado em testes substantivos", diz a decisão da CVM.
Por fim, os inspetores da autarquia concluíram que a KPMG e seu sócio Luigi Celso "não exerceram o ceticismo profissional exigido dos auditores durante seus trabalhos".
Após assinatura do Termo de Compromisso, o processo ficará suspenso em relação aos compromitentes e, após a comprovação do cumprimento das obrigações assumidas, será extinto, sem determinar responsabilidades.