Mercados

Klein tenta controle da Via Varejo sem incluir minoritários e ação cai

Grupo Pão de Açúcar tenta vender o controle da companhia desde 2016.

Via Varejo: ações em baixa após movimentação de Klein pelo controle da empresa. (Germano Lüders/Exame)

Via Varejo: ações em baixa após movimentação de Klein pelo controle da empresa. (Germano Lüders/Exame)

TL

Tais Laporta

Publicado em 5 de junho de 2019 às 16h44.

Última atualização em 5 de junho de 2019 às 17h52.

São Paulo - As ações da Via Varejo, dona das Casas Bahia e do Ponto Frio, chegaram a ceder quase 5% na tarde desta quarta-feira (5), diante de mais um passo em direção a mudanças no controle da companhia. Os papéis da companhia fecharam vendidos a R$ 4,65, em baixa de 4,32%.

Desta vez, os investidores reagem à notícia publicada pela coluna Broadcast do “Estadão”, de que o empresário Michael Klein, acionista e membro da família que fundou as Casas Bahia, tenta atrair investidores dispostos a injetar capital na empresa por meio de fundos, em uma estrutura societária.

No mês passado, Klein contratou os serviços da XP para avaliar a aquisição de ações da varejista na bolsa. O empresário quer tirar o controle das mãos do Grupo Pão de Açúcar, que detém 36% da Via Varejo. A família Klein, por sua vez, tem uma fatia de 25%.

O objetivo de Klein, segundo a coluna, seria pulverizar a participação do GPA na Via Varejo, a fim de evitar uma troca de controle. Com isso, a família Klein voltaria a se tornar a acionista majoritária com seus 25%, sem precisar acionar o chamado “tag along”.

O mecanismo obriga estender a oferta pelo controle da empresa aos acionistas minoritários. Para empresas participantes do Novo Mercado (alto nível de governança), como é o caso da Via Varejo, o "tag along" seria de 100% do valor pago aos controladores.

“Com os minoritários fora da jogada, a queda das ações da Via Varejo foi uma reação compreensível do mercado”, explica Eduardo Guimarães, estrategista em ações da consultoria independente de investimento Levante.

Com a pulverização dos papéis do GPA, controlado pelo grupo Casino, a família Klein poderia se tornar a acionista majoritária com seus 25% do capital e também defende que a companhia siga listada na bolsa.

As ações do GPA também caíram neste pregão, em baixa de mais de 1%.

Necessidade de capital é grande

A família Klein vinha sendo apontada como potencial compradora da Via Varejo, e as chances de sair vencedora aumentaram nos últimos dias. Também se especula que há outros interessados em adquirir o controle da varejista.

Segundo Guimarães, a Via Varejo precisa de um novo sócio capaz de injetar bastante capital no negócio, que está atrás das redes varejistas Magazine Luíza e da B2W. A dona das Casas Bahia vale hoje cerca de R$ 6 bilhões, enquanto o Magalu, que se movimenta para adquirir a Netshoes, tem hoje R$ 36 bilhões em capitalização de mercado.

Desde o final de 2016, o Grupo Pão de Açúcar procura um comprador para a Via Varejo, com o objetivo de se concentrar em varejo alimentar.

Acompanhe tudo sobre:AçõesB3GPAR3Via Varejo

Mais de Mercados

Por que a China não deveria estimular a economia, segundo Gavekal

Petrobras ganha R$ 24,2 bilhões em valor de mercado e lidera alta na B3

Raízen conversa com Petrobras sobre JV de etanol, diz Reuters; ação sobe 6%

Petrobras anuncia volta ao setor de etanol