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Klabin desperta atenção de investidores após fusão entre Fibria e Suzano

A Klabin é uma das raras empresas que resistiram à maior recessão do Brasil em um século

Rolos de papel Kraft da Klabin (Klabin/Divulgação)

Rolos de papel Kraft da Klabin (Klabin/Divulgação)

Anderson Figo

Anderson Figo

Publicado em 21 de dezembro de 2018 às 15h53.

Analistas do Credit Suisse ao BTG Pactual estão olhando para a Klabin após a fabricante de papel ter ficado de fora do acordo de US$ 10 bilhões entre os seus dois maiores concorrentes.

A Klabin é uma das raras empresas que resistiram à maior recessão do Brasil em um século, registrando crescimento de Ebitda de forma consistente nos últimos dois anos. Mas enquanto a Suzano e a Fibria, as duas gigantes do setor que concordaram em se fundir, subiram pelo menos 40% este ano, a Klabin recuou 5%. Parte do fraco desempenho pode ser explicado pelos investidores que correram para comprar a Suzano, diz Adeodato Volpi Netto, chefe de mercado de capitais da Eleven Financial Research. O acordo, que cria o maior fornecedor mundial de celulose de fibra curta, deve ser fechado no próximo mês.

A Eleven, como várias outras casas, ficou mais positiva com as ações recentemente. O Credit Suisse elevou a Klabin para compra na semana passada, citando seu valuation atrativo e dizendo que a empresa é uma boa maneira de surfar o bom momento da indústria, bem como a recuperação econômica esperada do Brasil. O BTG Pactual, que também elevou sua recomendação no início deste ano, reiterou a recomendação de compra para o papel após uma reunião de investidores no mês passado, vendo um potencial “decente” para os resultados.

A eleição do candidato com discurso favorável ao mercado, Jair Bolsonaro, à presidência, apesar de saudada pelos investidores, foi um golpe para as empresas de papel e celulose já que os investidores se posicionarem defensivamente em favor de apostas mais arriscadas, segundo Karel Luketic, analista da XP Investimentos. Uma recente queda nos preços de celulose no exterior também não ajudou. Luketic, ao contrário de alguns de seus colegas, não vê potencial para rali da Klabin.

“A Klabin é um negócio resiliente. Sofre menos que os outros em uma recessão, mas também se beneficia menos quando a economia se recupera”, disse ele. Embora seja operacionalmente uma ótima empresa e negociada em níveis razoavelmente atrativos, "ela não tem momentum".

O preço-alvo médio da Klabin sugere um upside de 60%, e a ação tem 10 recomendações de compra, três de manutenção e nenhuma venda. O otimismo reflete uma mudança, já que há apenas seis meses, as ações tinham cinco recomendações de compra e sete de manutenção.

A empresa, que em 2016 iniciou uma planta de R$ 8,5 bilhões com capacidade para produzir 1,1 milhão de toneladas de celulose para exportação, está avaliando um novo investimento de bilhões de dólares para expandir sua capacidade em papel até 2023. Embora os investimentos planejados façam sentido, os investidores só precificam expansões de capacidade meses antes do início das novas instalações, disse Luketic.

Em 30 de novembro, o gerente comercial de celulose da Klabin, Henrique Braga, disse aos investidores que a empresa se concentrará na venda de celulose para pequenos e médios clientes no exterior após o término de um contrato plurianual com a Fibria após a fusão com a Suzano. Ele espera que a empresa consiga preços mais altos vendendo sua celulose diretamente, em vez de passar pela Fibria. Marcos Assumpção, do Itaú BBA, também vê uma oportunidade para a empresa cobrar mais por seu produto, uma vez que pulveriza sua base de consumidores e atinge nichos de mercado.

A Suzano é a segunda empresa com melhor desempenho no Ibovespa neste ano, com um avanço de 92%. O índice de referência subiu 14%.

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