Invest

Justiça diz que Johnson & Johnson pode pedir falência para encerrar caso de talco 'cancerígeno'

O acordo de falência proposto dividiu os advogados que representam as vítimas

A empresa disse que seus produtos não contêm amianto e não causam câncer (AFP/AFP)

A empresa disse que seus produtos não contêm amianto e não causam câncer (AFP/AFP)

Luiz Anversa
Luiz Anversa

Repórter colaborador

Publicado em 11 de outubro de 2024 às 10h31.

Um juiz decidiu nesta quinta-feira que uma subsidiária da Johnson & Johnson pode prosseguir com sua terceira tentativa de resolver dezenas de milhares de processos sobre acusações de que seus talcos causaram câncer. As informações são da Reuters.

As ações correm em um tribunal federal de falências no Texas. A companhia havia sido derrotada na Justiça em decisões anteriores.

O juiz de falências dos EUA Christopher Lopez rejeitou em uma audiência em Houston os argumentos levantados pelo Escritório do Administrador dos EUA do Departamento de Justiça dos EUA, que representa algumas das mulheres que estão processando a empresa e que se opõem ao acordo.

Eles argumentaram que o caso deveria ser enviado a um tribunal de falências dos EUA em Nova Jersey, que supervisionou e rejeitou duas falências anteriores destinadas a resolver os mesmos processos de talco. Mas Lopez disse que o último esforço da J&J deveria ser tratado como um novo caso, em parte porque a J&J reuniu votos antecipadamente de requerentes que apoiam o acordo,

"Acho que este caso de falência é diferente", disse Lopez.

Processos bilionários

A J&J, sediada em Nova Jersey, enfrenta processos de mais de 62.000 pessoas alegando que seu talco para bebês e outros produtos também com talco foram contaminados com amianto e causaram câncer de ovário e outros tipos de câncer, de acordo com reportagem da Reuters.

A empresa disse que seus produtos não contêm amianto e não causam câncer. A companhia argumenta que a falência é a melhor maneira de compensar aqueles que entraram na Justiça.

Erik Haas, vice-presidente mundial de litígios da J&J, disse que a decisão de Lopez ajudaria os esforços de acordo da empresa..

"A decisão de hoje é mais um passo em direção à resolução total e final do litígio de talco para o benefício de todas as partes interessadas", disse Haas.

O acordo de falência proposto dividiu os advogados que representam as vítimas, segundo a Reuters.. Alguns apoiam o acordo como a melhor maneira de obter compensação para seus clientes, enquanto outros argumentam que o valor é muito baixo e que empresas como a J&J não deveriam ter permissão para usar o sistema legal para obter proteções de falência destinadas a pessoas e empresas que não podem pagar suas dívidas.

Calcula-se que a empresa propôs um acordo de US$ 9 bilhões para resolver reivindicações de mulheres que alegam ter desenvolvido câncer ginecológico após usar produtos de talco da J&J.

Acompanhe tudo sobre:Johnson & Johnson

Mais de Invest

Banco Central anuncia leilão de linha com compromisso de recompra de até US$ 4 bilhões

Fila do INSS sobe e chega a quase 1,8 milhão; aumento em três meses é de 33%

Quanto rendem R$ 3 milhões na poupança por mês?

Renda fixa ou dividendos? Analista prefere ações mesmo com Selic a 11,25%