Mercados

Juros voltam a subir, apesar da queda do dólar

Ao término da negociação regular na BM&FBovespa, a taxa do DI para janeiro de 2015 (283.995 contratos) marcava 10,81%, de 10,78% no ajuste anterior


	Bovespa: profissional lembrou que as taxas futuras já abriram o dia em alta
 (BM&FBovespa/Divulgação)

Bovespa: profissional lembrou que as taxas futuras já abriram o dia em alta (BM&FBovespa/Divulgação)

DR

Da Redação

Publicado em 1 de agosto de 2014 às 17h38.

São Paulo - A despeito da queda do dólar ante o real e também dos yields dos Treasuries, as taxas futuras de juros subiram pelo quinto pregão seguido nesta sexta-feira, 01, em meio a ordens de "stop loss" e também diante da leitura de que os fundamentos da economia brasileira seguem ruins.

Mesmo porque, a queda da produção industrial em junho, ainda que menos intensa do que se esperava, corrobora a percepção de deterioração dos fundamentos econômicos domésticos, com crescimento baixo, inflação ainda em patamares elevados e contas públicas em situação ruim.

Ao término da negociação regular na BM&FBovespa, a taxa do DI para janeiro de 2015 (283.995 contratos) marcava 10,81%, de 10,78% no ajuste anterior.

A taxa do DI para janeiro de 2016 (318.410 contratos) indicava 11,27%, de 11,15% na véspera. O DI para janeiro de 2017 (536.590 contratos) apontava 11,63%, de 11,49% no ajuste anterior.

E o DI para janeiro de 2021 (109.810 contratos) tinha taxa de 11,97%, de 11,82% no ajuste de ontem.

Na última sexta-feira, os juros para janeiro de 2017 e 2021 estavam em patamares bem inferiores, em 11,24% e 11,51%, respectivamente.

Um profissional lembrou que as taxas futuras já abriram o dia em alta, à espera do payroll norte-americano e alinhadas ao dólar e aos yields dos Treasuries, e que, logo de cara, foram desencadeadas ordens de "stop loss" que amplificaram o movimento e o giro de negócios.

Depois, ao longo do dia, o mercado não encontrou espaço para devolver esse movimento.

Segundo o Departamento de Trabalho norte-americano, a economia dos EUA criou 209 mil empregos em julho, abaixo da previsão de 230 mil vagas.

A taxa de desemprego subiu para 6,2% em julho, ante projeção de estabilidade em 6,1%.

Isso fez o dólar e os juros dos Treasuries perderem força, uma vez que reduz a possibilidade de o Federal Reserve apertar a política monetária antes do previsto.

A moeda dos EUA recuou 0,40% ante o real, a R$ 2,2610 no mercado à vista de balcão.

O yield do T-note de 10 anos cedia a 2,498% às 16h45, de 2,563% no fim da tarde de ontem em Nova York.

Internamente, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a produção industrial do Brasil caiu 1,4% em junho ante maio, na série com ajuste sazonal, dentro do intervalo de estimativas de analistas ouvidos pelo AE Projeções, e menos intensa do que a mediana de -2,40%).

Em relação a junho de 2013, a produção caiu 6,9%, também uma queda menos acentuada do que a mediana das estimativas (-7,96%).

Já a inflação medida pelo Índice de Preços ao Consumidor - Semanal (IPC-S) desacelerou para 0,10% em julho, ante alta de 0,33% em junho, o que não chegou a mexer com o humor do investidor local.

O dado veio dentro do intervalo das estimativas apuradas pelo AE Projeções, que iam de 0,05% a 0,18%, e em linha com a mediana prevista, de 0,10%.

Acompanhe tudo sobre:B3bolsas-de-valoresEmpresasEmpresas abertasJurosservicos-financeirosTaxas

Mais de Mercados

CVC sobe 7% na bolsa com poison pill e alta das ações domésticas

Em meio a pressão por boicotes, ação do Carrefour sobe 3,31%

O saldo final – e os vencedores – da temporada de balanços do 3º tri, segundo três análises

Warren Buffett doa US$ 1,1 bilhão em ações da Berkshire Hathaway: "Nunca quis criar uma dinastia"