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Juros sobem um pouco, mas ainda embutem Selic de 7,25%

Ao término da negociação normal na BM&F, a taxa projetada pelo DI janeiro de 2013 estava na máxima de 7,119%, ante 7,09% no ajuste

Na abertura, o Ibovespa cede 0,20%, aos 59.683,39 pontos (Luiz Prado/Divulgação/BM&FBOVESPA)

Na abertura, o Ibovespa cede 0,20%, aos 59.683,39 pontos (Luiz Prado/Divulgação/BM&FBOVESPA)

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Da Redação

Publicado em 8 de outubro de 2012 às 17h02.

São Paulo - O mercado de juros futuros entrou em um processo de correção à forte queda das taxas verificadas na sexta-feira, mas sem alterar a aposta em mais um corte da Selic, de 0,25 ponto porcentual, precificada naquele dia. O Comitê de Política Monetária (Copom) se reúne terça-feira e quarta-feira e o recuo significativo das taxas futuras, sobretudo curtas e intermediárias, se deu com base em declarações do diretor de Assuntos Internacionais do Banco Central, Luiz Awazu Pereira da Silva, na quinta-feira ((04). Nesta segunda-feira, porém, a inflação ainda pressionada, medida pelo IGP-DI e pelo IPC-S, deu suporte à correção do que alguns operadores chamaram de "exagero".

Assim, ao término da negociação normal na BM&F, a taxa projetada pelo DI janeiro de 2013 (452.420 contratos) estava na máxima de 7,119%, ante 7,09% no ajuste. A taxa do contrato de juro futuro para janeiro de 2014 (404.720 contratos) marcava máxima de 7,45%, ante 7,39% na sexta-feira. Entre os longos, o DI janeiro de 2017 (50.060 contratos) indicava 8,86%, de 8,83%. O DI janeiro de 2021, com giro de 1.115 contratos, apontava 9,58%, ante 9,56% no ajuste.

Na última quinta-feira, Awazu disse que o risco de ruptura no exterior diminuiu, mas que a economia mundial está passando por um "processo longo e penoso de desalavancagem" e que a perspectiva é de um longo período de "crescimento medíocre" nas principais economias. Além disso, o diretor afirmou que a política econômica no Brasil deve ser calibrada para garantir crescimento, sem comprometer estabilidade.


Nesta segunda-feira os indicadores de preços mostraram um cenário não muito confortável para a inflação, por mais que o Banco Central insista na convergência não linear. Segundo a Fundação Getúlio Vargas (FGV), O Índice Geral de Preços - Disponibilidade Interna (IGP-DI) fechou setembro em 0,88%, de 1,29% no mês passado, mas acima da mediana calculada pelo AE Projeções, de 0,84%. Já a inflação medida pelo Índice de Preços ao Consumidor - Semanal (IPC-S) acelerou a alta para 0,64% na passagem de setembro para a primeira quadrissemana de outubro. No período anterior, encerrado em 30 de setembro, a alta dos preços foi de 0,54%.

Além disso, no âmbito da atividade, o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) informou que o consumo de energia do Sistema Interligado Nacional cresceu 3,5% em setembro, em relação ao mesmo mês do ano passado e 1,1% ante agosto. De acordo com o ONS, influenciaram o resultado as elevadas temperaturas durante o mês e o comportamento da indústria, que demonstra uma melhora do seu desempenho. "Como se vê, os fundamentos indicam para a manutenção da taxa básica. O movimento do mercado está ancorado apenas nas declarações da equipe econômica", ponderou um operador.

A pesquisa Focus divulgada nesta segunda-feira mostrou que os economistas seguem enxergando a Selic 7,50% até o fim deste ano. O prognóstico de 8% da Selic para o fim de 2013 também foi mantido. O relatório revelou ainda que a estimativa para o IPCA de 2012 subiu de 5,36% para 5,42% e para 2013 caiu de 5,48% para 5,44%. O IPCA 12 meses a frente caiu de 5,52% para 5,50%.

No exterior, o dia é de aversão ao risco. A produção industrial da Alemanha caiu 0,5% em agosto ante julho. Também pesaram no sentimento o corte nas projeções para o crescimento da China e as preocupações com a Grécia e a Espanha. Hoje, o Banco Mundial cortou a projeção de crescimento para a Ásia para 7,2% em 2012, abaixo da expectativa de 7,6% feita em maio.

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