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Juros sobem com exterior melhor e inflação mais elevada

Percepção de tendência de estabilidade para a Selic provocou correção de apostas na queda do juro em 2013


	Interior do prédio da Bovespa, a bolsa brasileira: dados sobre a inflação foram responsáveis por reforçar crença na estabilidade da Selic
 (Divulgação/Facebook/BM&FBovespa)

Interior do prédio da Bovespa, a bolsa brasileira: dados sobre a inflação foram responsáveis por reforçar crença na estabilidade da Selic (Divulgação/Facebook/BM&FBovespa)

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Da Redação

Publicado em 10 de dezembro de 2012 às 16h13.

A melhora dos mercados internacionais, à tarde, e os dados de inflação mais salgados conhecidos pela manhã impuseram viés de alta às taxas futuras de juros nesta segunda-feira. Na primeira etapa da sessão, o mercado oscilou ao redor da estabilidade, com os investidores ponderando a piora dos preços internos e, também, das expectativas de crescimento.

Na segunda parte, prevaleceu a leitura de que, diante do cenário atual e das declarações do Banco Central, a tendência da Selic é seguir estável, o que abriu espaço para a correção de apostas residuais na queda do juro básico em algum momento de 2013.

Ao término da negociação normal na BM&F, a taxa do contrato para julho de 2013 (49.575 contratos) subia para 7,04%, de 7,01% no ajuste de sexta-feira. O juro para outubro de 2013 (5.785 contratos) avançava para a máxima de 7,04%, de 6,99%. O contrato futuro de juros com vencimento em janeiro de 2014 (208.215 contratos) marcava 7,05%, ante 7,00% no ajuste anterior.

O contrato para janeiro de 2015 (104.545 contratos) estava na máxima de 7,59%, de 7,52% no fechamento anterior. Na ponta mais longa, o DI para janeiro de 2017 (78.905 contratos) indicava máxima de 8,46%, ante 8,40%, enquanto o DI para janeiro de 2021 (2.660 contratos) apontava 9,16%, ante 9,10% no ajuste.

Antes da abertura dos mercados, a Fundação Getulio Vargas (FGV) informou que a inflação medida pelo IGP-M na primeira prévia de dezembro ficou em 0,50%, após deflação de 0,19% em igual prévia do mês passado, acima do teto das estimativas dos analistas ouvidos pelo AE Projeções, de 0,38%. A mesma FGV apontou que a inflação medida pelo Índice de Preços ao Consumidor - Semanal (IPC-S) ficou em 0,63% na primeira quadrissemana de dezembro, de 0,45% no período anterior.


Além disso, após o IBGE anunciar na sexta-feira que o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de novembro ficou em 0,60% - acima do teto das estimativas, de 0,56% -, a pesquisa Focus mostrou que as projeções para o IPCA em 2012 subiram de 5,43% para 5,58%. Para 2013, a previsão ficou em 5,40% pela segunda semana consecutiva.

Os números reforçaram o discurso da autoridade monetária sobre a estabilidade da Selic. O diretor de Política Monetária do BC, Aldo Mendes, afirmou que o atual nível da taxa Selic é adequado para a convergência da inflação ao centro da meta. O diretor do BC voltou a repetir a ideia de que essa convergência, no entanto, pode se dar de forma "não linear".

Com isso, os dados de atividade acabaram em segundo plano. Também na pesquisa Focus, as instituições consultadas pela autoridade monetária reduziram as projeções para o crescimento da economia brasileira em 2012 e em 2013, de 1,27% para 1,03%, e de 3,70% para 3,50%, respectivamente.

Alguns indicadores antecedentes mostraram piora. As vendas de papelão ondulado totalizaram 290.842 toneladas em novembro, segundo dados preliminares da Associação Brasileira do Papelão Ondulado (ABPO), uma queda de 4,75% ante outubro. O fluxo de veículos pesados pelas estradas pedagiadas brasileiras recuou 0,6%, segundo o Índice ABCR, calculado pela Associação Brasileira de concessionárias de Rodovias (ABCR) e pela Tendências Consultoria Integrada.

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