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Juros sobem com dólar e possível reajuste de energia

Comentários de que o governo autorizará o aumento do preço de energia para o consumidor final favoreceram o avanço das taxas futuras


	Bovespa: ao término da negociação regular na BM&FBovespa, o DI com vencimento em julho de 2014 tinha taxa máxima de 10,81%
 (Alexandre Battibugli/EXAME)

Bovespa: ao término da negociação regular na BM&FBovespa, o DI com vencimento em julho de 2014 tinha taxa máxima de 10,81% (Alexandre Battibugli/EXAME)

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Da Redação

Publicado em 13 de março de 2014 às 17h07.

São Paulo - As taxas futuras de juros, que estavam perto da estabilidade pela manhã, firmaram-se no território positivo à tarde, na medida em que o dólar também apagou as perdas vistas mais cedo e passou a subir.

Comentários de que o governo autorizará o aumento do preço de energia para o consumidor final - o que, se confirmado, teria impacto importante sobre a inflação -, também favoreceram o avanço das taxas futuras.

Ao término da negociação regular na BM&FBovespa, o DI com vencimento em julho de 2014 (46.315 contratos) tinha taxa máxima de 10,81%, de 10,79% no ajuste anterior.

O DI para janeiro de 2015 (204.400 contratos) projetava 11,15%, de 11,11% na véspera. No trecho mais longo, o contrato com vencimento em abril de 2017 (301.290 contratos) indicava 12,50%, de 12,47% ontem. O DI para janeiro de 2021 (14.630 contratos) estava em 12,92%, de 12,90% no ajuste anterior.

A primeira puxada nos juros ocorreu com o dólar. Do meio da tarde para frente, a aversão ao risco no exterior aumentou e a moeda norte-americana passou a subir ante o real.

De qualquer forma, indicadores mais fracos da China já deixavam uma certa cautela nos negócios. Depois, quando o presidente do Banco Central Europeu (BCE), Mário Draghi, disse que o euro pode perder força à medida que o spread das taxas de juros reais recua e que a instituição está pronta para adotar ação mais decisiva, se necessário, o euro renovou mínimas ante o dólar, influenciando os negócios no mercado de câmbio doméstico.

E a expectativa para a entrevista coletiva do ministro da Fazenda, Guido Mantega, às 17h30, acabou concretizando a alta dos juros futuros. Na entrevista, Mantega deve anunciar medidas relativas ao setor elétrico. No mercado, especula-se que o governo autorizará o aumento do preço de energia para o consumidor final, para compensar o rombo no caixa das distribuidoras. Se o reajuste vier na conta de luz, isso significará uma inflação mais elevada.

"A gente percebe que a decisão do governo no ano passado, de forçar a redução de 18% no preço da energia, foi errada", comentou o economista-sênior do Besi Brasil, Flávio Serrano. Segundo ele, se agora ocorrer um reajuste linear de 5% no preço da energia, por exemplo, o impacto disso sobre a inflação será de 0,13 ponto porcentual, sendo que ele é imediato.

Pela manhã, o IBGE informou que as vendas do comércio varejista em janeiro, no conceito restrito, subiram 0,40% em janeiro ante dezembro do ano passado, acima da mediana de -0,30% e dentro do intervalo de estimativas apuradas pelo AE Projeções, de -0,80% a +0,70%.

No caso do varejo ampliado, houve alta de 2,1% em janeiro o mês anterior - a maior desde outubro de 2012 (7,3%), mas menor que a mediana de 2,90%.

O dado foi visto como uma confirmação para as apostas, já embutidas na curva de juros, de que a Selic subirá mais 0,25 ponto porcentual em abril e, portanto, não provocaram ajustes mais expressivos nas taxas.

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