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Juros reagem com alta à divulgação da ata do Copom

O BC repetiu que a estabilidade das condições monetárias por período suficientemente prolongado é a estratégia mais adequada para garantir a convergência da inflação


	Bovespa: às 9h38, na BM&FBovespa, o contrato de depósito interfinanceiro (DI) com vencimento em janeiro de 2014 projetava 7,21%, de 7,18% no ajuste de quarta-feira 
 (Marcel Salim/EXAME.com)

Bovespa: às 9h38, na BM&FBovespa, o contrato de depósito interfinanceiro (DI) com vencimento em janeiro de 2014 projetava 7,21%, de 7,18% no ajuste de quarta-feira  (Marcel Salim/EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 24 de janeiro de 2013 às 09h27.

São Paulo - Os juros futuros iniciaram a quinta-feira em alta moderada, enquanto os investidores analisam a ata da primeira reunião de 2013 do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, divulgada nesta quinta-feira.

O BC repetiu que a estabilidade das condições monetárias por um período de tempo suficientemente prolongado é a estratégia mais adequada para garantir a convergência da inflação para o centro da meta.

Porém, o texto trouxe mudanças para esclarecer sua visão tanto a respeito da piora no balanço de riscos para a inflação quanto sobre o ritmo mais lento da recuperação econômica, que para ele é decorrente de "limitações no campo da oferta" e "não podem ser endereçadas por ações de política monetária".

Às 9h38, na BM&FBovespa, o contrato de depósito interfinanceiro (DI) com vencimento em janeiro de 2014 projetava 7,21%, de 7,18% no ajuste de quarta-feira (23).

O DI para janeiro de 2015 apontava 7,91%, de 7,86% na véspera e o contrato para janeiro de 2017 marcava 8,68%, ante 8,58% no ajuste anterior.

Para o economista-sênior do Besi Brasil, Flávio Serrano, a ata reforça a expectativa de manutenção da Selic em 7,25% ao ano pelo menos até o fim de 2013. Ele ressalta dois pontos da ata, um sobre o crescimento e outro sobre a dinâmica dos preços.


"O parágrafo 26, que considera a restrição do crescimento econômico como sendo uma limitação no campo da oferta, é um deles. Isso não pode ser endereçado por política monetária, que é demanda. Assim, indica que não haverá ajuste para baixo (da Selic)", diz o economista.

Além disso, o parágrafo 29 informa que "a dispersão, recentemente observada, de aumentos de preços ao consumidor e a reversão de isenções tributárias, combinadas com pressões sazonais e pressões localizadas no segmento de transportes, tendem a contribuir para que, no curto prazo, a inflação se mostre resistente", conforme o texto do documento do BC. Segundo Serrano, ao mencionar "curto prazo" o BC reforça que não deverá subir o juro básico.

Serrano ressalta, ainda, o aumento da gasolina como uma novidade. "Talvez por isso as projeções de inflação do BC em 2013 subiram". "Para mim, a ata foi mais hawkish, porque acaba com a chance de corte (da Selic), mas traz inflação projetada um pouco pior do que no documento de novembro", completa.

O estrategista-chefe do WestLB, Luciano Rostagno, viu um BC "confortável" com a inflação. "Ele (BC) fala em convergência a partir do segundo semestre. Só convergiria, então, em 2014".

Já para um operador, o BC mostra que crescimento não depende mais dele e que está preocupado com a inflação. "Assim, as taxas iniciam o dia em alta, antecipando até ajustes da Selic para cima lá na frente", acrescenta.

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