Bolsa de São Paulo: banco XP prevê 115 mil pontos este ano e 140 mil ano que vem (Germano Lüders/Exame)
Da Redação
Publicado em 12 de dezembro de 2019 às 07h04.
Última atualização em 12 de dezembro de 2019 às 07h54.
A quinta-feira tende a ser animada para os investidores brasileiros com a reação a três boas notícias divulgadas ontem.
Por aqui, o Comitê de Política Monetária do Banco Central, como esperado, voltou a cortar pela quarta vez a taxa básica de juros, desta vez para um novo mínimo histórico de 4,5%.
O movimento de queda começou em meio a uma combinação de desemprego alto, baixo crescimento econômico, inflação controlada e avanço na agenda de reformas. Para 2020, a instituição afirmou ontem que os “próximos passos continuarão dependendo da evolução da atividade econômica, do balanço de riscos e das projeções e expectativas de inflação”.
As expectativas de inflação apuradas pelo boletim Focus mantém-se controladas. Para 2019, 2020, 2021 e 2022, a previsão é de 3,8%, 3,6%, 3,75% e 3,5%, respectivamente. Já as projeções para o crescimento econômico têm avançado — já dão conta de expansão de 1,1% em 2019 e de até 2,24% em 2020, segundo as mais recentes projeções.
A combinação de juros baixos com bom desempenho econômico tendem a atrair mais dinheiro para a bolsa, sobretudo depois da segunda boa notícia de ontem.
A agência de classificação de risco Standard & Poor’s elevou de estável para positiva a perspectiva da nota da dívida pública brasileira. A agência afirmou que pesou na decisão a adoção de reformas para reduzir o déficit nas contas públicas e a baixa taxa de juros, o que ajuda a controlar o endividamento.
A S&P ainda afirmou que pode elevar a nota brasileira nos próximos dois anos, caso as reformas avancem (este deve se manter como um ponto de atenção para 2020 em face das constantes dificuldades de articulação do governo).
Lá fora, a boa notícia veio dos Estados Unidos. O Fed, o banco central do país, manteve as taxas de juros no intervalo entre 1,5% e 1,75%. A instituição reforçou a expectativa de crescimento econômico e baixo desemprego do país pelo menos até as eleições de 2020, “apesar dos riscos globais”.
Os riscos continuam vivos, e podem ter novos desdobramentos hoje, com a eleição no Reino Unido e o avanço do processo de impeachment contra Donald Trump — a Câmara, controlada pelos democratas, pretende mandar o projeto para o Senado ainda este ano. Estamos, ainda, a três dias de uma nova leva de sanções americanas contra a China entrar em vigor.
A combinação de desafios será suficiente para afastar o bom humor dos investidores face à leva de boas notícias de ontem? O Ibovespa subiu 4% nos últimos 30 dias e acumula alta de 22% em 2019. A XP prevê 115 mil este ano e 140 mil ano que vem. A corretora Mirae projetava, em setembro, até 124 mil ainda este ano e 150 mil ano que vem. Quem dá mais?