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Juros longos têm viés de alta, em linha com exterior

Ao término da negociação normal na BM&F, a taxa do contrato futuro de juros com vencimento em janeiro de 2014 marcava máxima de 7,34%


	Pregão da Bovespa: a taxa para janeiro de 2015, com 130.000 contratos, estava em 7,83%, de 7,82% ontem
 (Luiz Prado/Divulgação/BM&FBOVESPA)

Pregão da Bovespa: a taxa para janeiro de 2015, com 130.000 contratos, estava em 7,83%, de 7,82% ontem (Luiz Prado/Divulgação/BM&FBOVESPA)

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Da Redação

Publicado em 1 de novembro de 2012 às 16h08.

São Paulo - O último pregão desta semana para o mercado de juros foi praticamente um espelho dos três dias anteriores. As taxas reagiram, para cima ou para baixo, a indicadores domésticos e externos para, no fim da tarde, voltar para perto dos ajustes. Nesta quinta-feira houve queda quando o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística anunciou recuo de 1% na produção industrial de setembro ante agosto, uma virada devido a alguns dados internacionais positivos e, no fim, uma coisa anulou a outra e as taxas futuras intermediárias terminaram quase estáveis. A diferença, desta vez, foi o viés de alta sustentado pelos juros longos.

Assim, ao término da negociação normal na BM&F, a taxa do contrato futuro de juros com vencimento em janeiro de 2014 (175.025 contratos) marcava máxima de 7,34%, nivelado ao ajuste. A taxa para janeiro de 2015, com 130.000 contratos, estava em 7,83%, de 7,82% ontem. Entre os vencimentos mais longos, o DI para janeiro de 2017 (98.965 contratos) apontava 8,53%, de 8,49% na véspera. A taxa do DI para janeiro de 2021 (apenas 2.980 contratos) indicava 9,16%, ante 9,10% no ajuste.

O resultado da produção industrial de setembro ficou abaixo da mediana das expectativas coletadas pelo AE Projeções, de -0,50%. A maioria dos setores pesquisados registrou taxas negativas: 16 entre 27. O destaque foi o recuo de 4,8% no setor de máquinas e equipamentos, o segundo resultado negativo consecutivo, acumulando no período uma perda de 8,5%. E houve também revisões de medições anteriores. O IBGE revisou a produção industrial de agosto ante julho, de uma alta de 1,5% para uma alta de 1,7%. A taxa de julho ante junho também foi revisada, de 0,5% para 0,4%. A taxa de junho ante maio passou de 0,3% para 0,2%.


O dado fraco de setembro reforçou a percepção de que o plano de voo do Banco Central, de manter a Selic estável por um período longo, deve mesmo ser mantido e chegou a levantar, entre alguns analistas, a visão de que se a atividade seguir abaixo do previsto, há possibilidade de novo corte da Selic no começo de 2013. Mas para o economista-chefe do Banco Indusval & Partners, Daniel Moreli Rocha, em entrevista ao AE Broadcast Ao Vivo, a queda foi pontual. Esse diagnóstico é reforçado pelo Índice dos Gerentes de Compras (PMI, na sigla em inglês) do Brasil, calculado pelo HSBC em conjunto com a Markit. O índice subiu de 49,8 em setembro para 50,2 em outubro. Leituras acima de 50,0 indicam expansão e abaixo de 50,0 mostram uma contração. É a primeira vez desde março que a atividade industrial brasileira fica no território positivo.

A enxurrada de indicadores divulgados nesta quinta-feira nos EUA apresentou sinais positivos sobre a economia. Segundo relatório da ADP, o setor privado norte-americano criou 158 mil empregos em outubro, em base sazonalmente ajustada, acima das 88 mil vagas criadas em setembro. Os pedidos de auxílio-desemprego, enquanto isso, somaram 363 mil na semana passada, menor do que os 369 mil pedidos previstos. Além dos dados sobre emprego, o PMI do setor industrial dos EUA subiu para 51,7 em outubro, de 51,5 em setembro, contrariando as previsões de queda para 51,0. O índice de confiança do consumidor norte-americano do Conference Board subiu para 72,2 em outubro, o nível mais alto desde fevereiro de 2008.

Outro dado positivo veio da China. O PMI chinês, medido pelo HSBC, subiu para 49,5 em outubro - seu maior nível em oito meses - em comparação com a leitura final de 47,9 em setembro.

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