Juros: o contrato para janeiro de 2015 estava em 7,96%, de 7,91% no ajuste (SXC.hu)
Da Redação
Publicado em 19 de outubro de 2012 às 12h17.
Os juros dos contratos intermediários e longos estancam a queda e têm leve alta, com o avanço de 0,65% do IPCA-15 de outubro e as notícias que podem dificultar a estratégia do governo de buscar queda nas tarifas de energia em 2013 oferecendo suporte. O IPCA-15 ficou no teto das previsões dos analistas e seu efeito não foi mitigado pela deflação de 0,40% dos preços agrícolas no atacado, mostrada pelo IGP-M em sua segunda prévia de outubro.
Às 10h43, o contrato para janeiro de 2015 estava em 7,96%, de 7,91% no ajuste. O contrato para janeiro de 2016 indicava 8,41%, de 8,36%. No contrato para janeiro de 2021, a taxa subia a 9,40%, de 9,36%.
O IPCA-15 de outubro ficou no teto das expectativas. Os alimentos voltaram a pressionar a prévia da inflação oficial em outubro. A alta no grupo Alimentação e Bebidas passou de 1,08% em setembro para 1,56% em outubro, no IPCA-15. A variação resultou em um impacto de 0,37 ponto porcentual, o equivalente a 57% do IPCA-15 no mês. Além dos alimentos, seis dos nove grupos pesquisados aceleraram a alta.
Mas os preços agrícolas no atacado trouxeram uma notícia favorável para os preços dos alimentos, ao migrarem para uma deflação de 0,40% na segunda prévia do IGP-M. O IGP-M cheio, por sua vez, desacelerou para 0,15% e ficou abaixo do piso das estimativas do AE Projeções (0,16%), ante alta de 0,84% na segunda prévia de setembro.
Além do IPCA, as incertezas sobre a capacidade do governo de reduzir os preços da energia em 2013 ganharam o reforço da informação sobre queda dos níveis de reservatórios. O Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) informou que acionou usinas térmicas movidas a óleo combustível para preservar o nível dos reservatórios das hidrelétricas, que estão baixos por causa da estiagem. A falta de chuva pode se tornar mais um obstáculo para a estratégia do governo de reduzir os preços de energia em 2013, além das objeções das empresas de energia em concordarem com as regras estabelecidas para a renovação das concessões, que embutiria queda das tarifas.
O vetor externo, que interfere na precificação dos contratos, traz pressões de baixa para a curva local. A taxa dos Treasuries de 10 anos apontava 1,8010%, de 1,826% no final da tarde desta quinta-feira (18), refletindo a cautela dos investidores. O petróleo sobe marginalmente, mas as bolsas estão em baixa. O encontro de dois dias dos líderes da zona do euro terminou nesta sexta-feira.
Os líderes prometeram permitir que o fundo de resgate local, o Mecanismo de Estabilidade Europeu (ESM, na sigla em inglês), recapitalize os bancos da região diretamente, mas apenas quando o supervisor bancário único estiver em plena operação, o que deve ocorrer "em algum momento de 2013", e não mais no começo do ano que vem, como esperavam algumas autoridades da Comissão Europeia, o braço executivo da UE.
A informação de que o Banco Central decretou a intervenção no Banco BVA, devido ao "comprometimento da situação econômico-financeira e ao descumprimento de normas que disciplinam a atividade da instituição", também gera apreensão.
De acordo com uma fonte ouvida pela Agência Estado, o BVA está com patrimônio líquido negativo de R$ 580 milhões. O BVA detém 0,17% dos ativos do sistema financeiro e 0,24% dos depósitos.