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Juros longos sobem, mas preocupação com atividade domina

Ao final da sessão regular da BM&F, a taxa dos contratos futuros de juros com vencimento em janeiro de 2013 marcava 7,27%

Telão da Bovespa (Alexandre Battibugli/EXAME.com)

Telão da Bovespa (Alexandre Battibugli/EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 9 de agosto de 2012 às 17h47.

São Paulo - No dia seguinte à divulgação do IPCA, o mercado de renda fixa no Brasil voltou à letargia verificada em sessões anteriores. As taxas dos contratos futuros de juros fecharam em alta nesta quinta-feira nos vencimentos mais longos, aproveitando o relativo viés positivo no exterior durante a manhã, mas a liquidez despencou em relação à quarta-feira. Os juros dos contratos de curto prazo oscilaram em margens estreitas e ficaram próximos dos ajustes anteriores.

Ao final da sessão regular da BM&F, a taxa dos contratos futuros de juros com vencimento em janeiro de 2013 (56.315 contratos) marcava 7,27%, ante o ajuste de 7,28% de ontem. A taxa do DI para janeiro de 2014 (146.770 contratos) estava em 7,77%, ante 7,76% do ajuste anterior. Na ponta mais longa, o DI para janeiro de 2017 (39.335 contratos) tinha taxa de 9,15%, na máxima, ante ajuste de 9,09%, e o DI para janeiro de 2021 (650 contratos) marcava 9,74%, na máxima, de 9,66% do ajuste.

Apesar da alta na ponta longa da curva a termo, a liquidez hoje foi bem menor que a verificada ontem, quando ocorreu a divulgação do IPCA. Na quarta-feira, foram negociados 72.595 contratos para janeiro de 2017 e 5.560 para janeiro de 2021. Na ponta curta, foram negociados 764.815 contratos para janeiro de 2013 e 520.682 para janeiro de 2014 ontem.


Profissionais do mercado seguem citando a preocupação com a atividade no País, em um ambiente de crise internacional, como o motivo para que o Comitê de Política Monetária (Copom) prolongue os cortes da Selic até outubro - deixando em segundo plano o avanço da inflação medida pelos IGPs e pelo IPCA recentemente.

"O mercado está aguardando alguma coisa. Até a próxima reunião do Copom (no fim de agosto), todos ficarão atentos aos dados de indústria e de varejo que serão divulgados", comentou o economista-sênior do Besi Brasil, Flávio Serrano. A casa mantém a projeção de uma Selic de 7,50% no fim do ano.

Nesta quarta-feira, em reuniões em São Paulo com o diretor de Política Monetária do BC, Carlos Hamilton Araújo, analistas demonstraram preocupação, em especial, com o baixo crescimento do País, conforme avaliação de um profissional ouvido pela Agência Estado que participou de um dos encontros. "O mercado está muito despreocupado com a inflação. Todo mundo só fala de atividade", afirmou.

Este receio em relação ao crescimento, a despeito dos choques de preços, refreia a pressão de alta nas taxas mais curtas dos DIs, que seguem oscilando em margens estreitas. De acordo com Serrano, a curva a termo precifica atualmente, de forma majoritária, corte de 0,50 ponto porcentual da Selic na reunião de agosto do Copom. Para o encontro de outubro, há predominância nas apostas de corte adicional de 0,25 ponto, o que levaria a taxa básica para 7,25% no fim do ano.

Hoje, o único dado de inflação divulgado foi o Índice de Preços ao Consumidor (IPC) da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe) da primeira semana de agosto, que subiu 0,16%, ante 0,13% em julho. Mais uma vez, a influência na curva a termo foi marginal.

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