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Juros longos caem por incerteza nos EUA e baixa do dólar

O comportamento se deveu ao impasse na questão fiscal norte-americana, bem como às incertezas em relação ao teto da dívida do país


	Bovespa: ao término da negociação regular na BM&FBovespa, taxa do contrato futuro de juro para janeiro de 2014 (apenas 44.580 contratos) marcava máxima de 9,39%
 (BM&FBovespa/Divulgação)

Bovespa: ao término da negociação regular na BM&FBovespa, taxa do contrato futuro de juro para janeiro de 2014 (apenas 44.580 contratos) marcava máxima de 9,39% (BM&FBovespa/Divulgação)

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Da Redação

Publicado em 2 de outubro de 2013 às 17h18.

São Paulo - As taxas futuras de juros longos recuaram nesta quarta-feira, 02, devido à queda do dólar e à baixa na remuneração dos títulos do Tesouro dos Estados Unidos, os chamados Treasuries.

O comportamento se deveu ao impasse na questão fiscal norte-americana, bem como às incertezas em relação ao teto da dívida do país. A leitura é que o imbróglio enfraquecerá a economia dos EUA e, por consequência, a economia global.

Os juros de curto prazo, por sua vez, oscilaram menos e se mantiveram perto dos ajustes, com o mercado apostando majoritariamente em mais duas elevações de 0,5 ponto porcentual da Selic nas reuniões de outubro e novembro do Comitê de Política Monetária (Copom), apesar da produção industrial mais fraca na comparação interanual.

Ao término da negociação regular na BM&FBovespa, a taxa do contrato futuro de juro para janeiro de 2014 (apenas 44.580 contratos) marcava máxima de 9,39%, de 9,379% no ajuste anterior. O vencimento para janeiro de 2015 (528.795 contratos) indicava taxa de 10,27%, ante 10,31%. Na ponta mais longa, o contrato para janeiro de 2017 (177.980 contratos) apontava 11,37%, de 11,48%. A taxa do DI para janeiro de 2021 (9.275 contratos) estava em 11,83%, ante 11,86% no ajuste anterior.

A produção da indústria, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), ficou estável em agosto frente a julho, em linha com a mediana das expectativas dos analistas ouvidos pelo AE Projeções (0,00%). Na comparação com igual mês do ano passado, caiu 1,2%, resultado pior do que a mediana das estimativas, de -0,85%.

Quanto à inflação, o Índice de Preços ao Consumidor (IPC), que mede a evolução dos preços na cidade de São Paulo, subiu 0,25% em setembro, de acordo com a Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe). A taxa coincidiu com a mediana das expectativas (0,25%). Para outubro, a Fipe espera aceleração do IPC para 0,48%, principalmente pela recuperação de preços do grupo Alimentação. Para 2013, revisou em baixa sua projeção (de 4,80% para 4,30%).

Mais cedo, em entrevista à agência de notícias Bloomberg, o presidente do Banco Central (BC), Alexandre Tombini, teria afirmado que o dólar já afeta a inflação no atacado e que o BC vai monitorar o repasse disso para o consumidor, segundo um operador que teve acesso à informação. Conforme o relato, Tombini também disse que deseja o IPCA o mais perto possível do centro da meta de 4,5%, mas sem estipular uma data para que isso ocorra. As palavras ajudaram a reduzir a queda das taxas mais longas, colocando os juros curtos nas máximas. Nesta sessão, o dólar à vista no balcão fechou cotado a R$ 2,1980, com baixa de 1,12%.

No exterior, pesaram os indicadores econômicos divulgados nos EUA e preocupações com as dificuldades na elevação do teto da dívida do país, que será alcançado no próximo dia 17. Além do impacto da paralisação parcial do governo norte-americano na economia, há temores sobre os efeitos desse "fechamento" na negociação em torno do teto da dívida. O presidente Barack Obama convidou líderes do Congresso de ambos os partidos à Casa Branca para discutir a paralisação. Às 16h41 (horário de Brasília), o juro do T-note de 10 anos marcava 2,621%, de 2,643% no fim da tarde da véspera.

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