Mercados

Juros futuros voltam sob incertezas sobre Europa

Ao término da negociação normal na BM&F, o DI de janeiro de 2013 cedia a 10,29%

Pregão eletrônico da BM&FBovespa: queda no rating da Irlanda tirou expectativa de alta do índice (Germano Lüders/EXAME)

Pregão eletrônico da BM&FBovespa: queda no rating da Irlanda tirou expectativa de alta do índice (Germano Lüders/EXAME)

DR

Da Redação

Publicado em 31 de outubro de 2011 às 16h58.

São Paulo - As incertezas envolvendo a Europa voltaram a prevalecer nos mercados hoje, o que provocou devolução de prêmios nas taxas projetadas pelos juros futuros. Os principais temores derivam da capacidade das autoridades em implementar o plano de resgate anunciado na semana passada, uma vez que os líderes ainda tentam convencer países como a China a participar do socorro. Enquanto isso, persistem as dúvidas sobre a capacidade da Itália em lidar com o cenário adverso, o que esteve refletido na disparada dos yields (retorno ao investidor) dos bônus do país.

Assim, ao término da negociação normal na BM&F, o DI janeiro de 2013, com giro de 234.445 contratos, cedia a 10,29%, de 10,34% no ajuste de sexta-feira, enquanto o DI janeiro de 2014 (76.565 contratos) marcava 10,60%, de 10,64%. Entre os longos, o DI janeiro de 2017 (25.455 contratos) indicava 11,14%, de 11,21% no ajuste, e o DI janeiro de 2021 (5.090 contratos) recuava a 11,19%, de 11,26% na sexta-feira.

Profissionais de renda fixa dizem que o dia foi propício para a queda das taxas. A maioria das commodities está em queda e as bolsas europeias fecharam nas mínimas da sessão. No caso das matérias-primas, dois são os fatores principais para a correção de preços. A alta do dólar resultante da defesa do iene pelo Banco Central do Japão e dificuldades operacionais associadas à concordata da MF Global, que atuava como uma das 22 primary dealers do Federal Reserve e era uma das maiores corretoras de futuros de commodities do globo.


Além disso, os indicadores da zona do euro continuam apontando debilidade. O número de pessoas sem emprego na região bateu novo recorde em setembro, atingindo 10,2% da população. Em agosto, a taxa de desemprego foi de 10,1%. A previsão dos analistas era de que a taxa ficaria em 10%. Na Itália, a taxa ajustada de desemprego aumentou para 8,3% no mês passado, de 8,0% em agosto e 8,1% em setembro do ano passado. O indicador reforçou a preocupação com o país. Hoje, o yield dos bônus italianos de 10 anos subiu para 6,15%, um nível crucial porque a venda de bônus de outros governos europeus debilitados se exacerbou após romperem os 6%.

Internamente, o presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, voltou a dizer que a política de ajustes moderados das taxas de juros é compatível com a convergência da inflação à meta em 2012 e reforçou que a tendência da inflação é de queda. "Após alcançar o nível máximo no terceiro trimestre, a inflação acumulada em 12 meses começa a recuar a partir de outubro, e, assim, a se deslocar na trajetória de metas", afirmou. E, ainda que de forma moderada, as expectativas voltaram a apresentar melhora no Boletim Focus divulgado hoje. Pela segunda semana seguida, o mercado financeiro reduziu as projeções para o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) em 2012. A mediana das previsões para o IPCA em 2012 caiu de 5,60% para 5,59%.

Acompanhe tudo sobre:B3bolsas-de-valoresEmpresasEmpresas abertasInvestimentos de empresasJurosservicos-financeiros

Mais de Mercados

Banco do Brasil promove trocas nas lideranças de cinco empresas do conglomerado

Bolsas globais superam desempenho dos EUA nos primeiros seis meses do governo Trump

Ibovespa fecha em queda de 1,61% pressionado por tensões políticas

Dólar fecha em alta de 0,73% após Bolsonaro ser alvo de operação da PF